domingo, 20 de novembro de 2011

Explicação do Maha-mantra por Srila Bhaktivinoda Thakura (Sri Krishna Kathamrita)

Hare Krishna Hare Krishna Krishna Krishna Hare Hare
Hare Rama Hare Rama Rama Rama Hare Hare

Ó Hari! Tendo capturado minha mente, por favor, me a liberte da prisão material.
Ó Krishna! Por favor, atraia minha mente, puxando-a para Você.
Ó Hari! Por favor, capture minha mente por meio de sua doçura inigualável.
Ó Krishna! Por favor, purifique minha mente com o conhecimento acerca do serviço devocional que me foi concedido por Seu próprio devoto.
Ó Krishna! Por favor, me torne capaz de desfrutar Seus transcendentais nome, forma, qualidades, passatempos, etc.
Ó Krishna! Por favor, me torne capaz de desfrutar Seus transcendentais nome, forma, qualidades, passatempos, etc.
Ó Hari! Por favor, me prepare para Lhe servir.
Ó Hari! Por favor, me torne capaz de desfrutar Seus transcendentais nomes, formas, qualidades, passatempos, etc.
Ó Hari! Por favor, me direcione para realizar algum serviço particular para Você.
Ó Rama! Deixe-me ouvir sobre Seus deliciosos passatempos na companhia de Seu devoto predileto.
Ó Hara (Radha)! Por favor, me revele Seus passatempos mais doces com Seu amado Sri Krishna.
Ó Rama! Por favor, me revele Seus passatempos mais doces com Sua amada Sri Radha.
Ó Rama! Por favor, me ocupe em lembrar de Seus transcendentais nome, formas, qualidades, passatempos, etc.
Ó Rama! Por favor, me prepare para Lhe servir enquanto estiver me lembrando dos Seus transcendentais nome, forma, qualidades, passatempos, etc.
Ó Hari! Tendo me aceitado como um de Seus próprios servidores, por favor, desfrute de mim como Você desejar.
Ó Hari! Por favor, desfrute comigo da Sua maneira transcendental.
Esse é meu humilde perdido aos Seus pés de lótus.

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

WILLIAM STAINTON MOSES - IDENTIFICAÇÃO DOS ESPÍRITOS

Segundo livro do Rev. William Stainton Moses, médium britânico do começo do Espiritismo, traduzido por mim. Para baixar clique aqui.

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Dez Tecnologias Essenciais da Administração Dotada de Poder

As tecnologias metafísicas enumeradas aqui são instrumentos simples, mas profundos que você pode querer incorporar no seu estilo administrativo.

Para obter maior benefício desses princípios, você pode meditar nessas dez tecnologias essenciais da Administração Dotada de Poder em seu regime diário.

Também, à medida que ler cada capítulo, você pode refletir nessas dez tecnologias essenciais como um modo de ampliar a sua compreensão.

Além do mais, o primeiro exercício na seção de "Mentalidades" no fim de cada capítulo refere-se  a essas tecnologias como um lembrete.

1.         Que importância tem? Para que? E daí?

Esta meditação é projetada para nos ajudar a realizar que muitas ilusões podem nos influenciar ou escravizar.

Leo Tolstoy uma vez escreveu sobre uma transição na sua vida quando ele começou a questionar tudo, apesar do seu grande êxito.

Seguindo o exemplo de Tolstoy , nesta meditação, se veja como possuindo uma grande abundância material como uma prosperidade exorbitante, fama mundial,vasto conhecimento ou beleza deslumbrante.

Considere cada uma dessas áreas por sua vez, e outras se  desejar, realizando que isto não pode ser a meta última da vida.

Faça-se as perguntas, "Que importância tem?" "Para que?" "E daí?"

2.         Não Sou Este Corpo

Esta reflexão nos ajuda a realizar que somos mais do que somente o corpo físico.

Por isso, não devemos reagir emocionalmente ou ser demasiadamente apegados aos estímulos materiais.
O exercício consiste em dizer atentamente: "tenho um corpo - mas não sou este corpo"; "tenho uma mente - mas não sou esta mente"; "tenho um emprego - mas não sou este emprego"; ou "tenho uma casa - mas não sou esta casa." Insira qualquer problema nesta meditação para se ajudar a se libertar de qualquer apego a fenômenos temporários.

3.         O Ponto de Vista da Outra Pessoa

Esta prática nos ajuda a ficar mais sensível à percepção de uma outra pessoa naquela situação específica, particularmente durante os conflitos interpessoais.

Escolha um conflito que o esteja incomodando.

Escreva uma carta para você mesmo como se você fosse a parte contrária, tentando convencer-se do ponto de visão oposto.

Empregue esta técnica de escrever carta para qualquer conflito.

4.         Vendo Deus em Todo Parte

Esta contemplação nos ajuda a nos doarmos mais aos outros e a receber mais amor das pessoas em geral.

Pratique ver todo mundo como uma energia de Deus.

5.         Tudo Tem um Objetivo

Não há coincidências.

Como o universo está no controle das ações mais elevadas, cada encontro vem até nós por uma determinada razão.

Estamos sujeitos a uma lei espiritual semelhante a uma lei da Física: cada ação produz uma reação correspondente.

Por isso, podemos tentar descobrir a lição em cada ocorrência.

O exercício é converter eventos negativos em positivos e eventos positivos em outros ainda melhores.

Se aprendermos a partir de todos os eventos, então tudo que acontecer pode se tornar uma ocorrência positiva porque ficamos mais sábios.

6.         Responsabilidade

O conhecimento de que somos controlados pelo Supremo e Suas hostes angelicais nos estimulará a viver mais honradamente a fim de sermos mais recompensados e não punidos.

O exercício é imaginar que estamos sempre sendo controlados pelos olhos onipresentes de Deus.

7.         Chamada para o Amor

Esta prática nos ajuda a apreciar as muitas formas nas quais um grito de socorro pode chegar até nós, nos lembrando de um auto-exame constante para ver como estamos ajudamos os outros.

O exercício é ver todas as interações como uma oferta de amor ou uma chamada para o amor.1

8.         Amor em Ação

Esta tecnologia nos ajuda a envolver todo mundo e tudo em nosso ambiente com um amor vibrante.

O exercício é nos ver como as personificações do amor em ação.

9.         Perto da Morte

Imagine que o seu médico acaba de informar que você tem um caso sério de câncer ou AIDS, e que você irá morrer em três meses. Se este fosse o seu destino, como você viveria diferentemente cada um dos seus últimos dias?

Esta reflexão nos lembra de que nunca podemos estar seguros em relação a quanto tempo mais permaneceremos neste corpo material.

Portanto, não devemos procrastinar ou ter uma lista débil de prioridades.

As coisas essenciais - as  coisas importantes - devem ser feitas agora!

10.      Uma Segunda Oportunidade

Devemos viver cada dia na prontidão para partir se o nosso encontro com a morte chegar.
O exercício é imaginar que você está morrendo agora mesmo, e pode ver o que está deixando para trás e o efeito que a sua morte terá sobre os outros.

Quais são os seus últimos pensamentos?

Quais são os seus pesares?

Que coisas você deixou inacabadas?

Você deve fazer essas coisas hoje.

Extraído do livro “Leadership For An Age of Higher Consciousness” de autoria de Bhakti Tirtha Swami

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Esclarecimentos de Allan Kardec à Sua Alteza o Príncipe G.

PRÍNCIPE,

Vossa Alteza honrou-me dirigindo-me várias perguntas referentes ao Espiritismo; vou tentar respondê-las, tanto quanto o permita o estado dos conhecimentos atuais sobre a matéria, resumindo em poucas palavras o que o estudo e a observação nos ensinaram a esse respeito. Essas questões repousam sobre os princípios da própria ciência: para dar maior clareza à solução, é necessário ter esses princípios presentes no pensamento; permita-me, pois, tomar a coisa de um ponto mais alto, colocando como preliminares certas proposições fundamentais que, de resto, elas mesmas servirão de resposta a algumas de vossas perguntas.

Há, fora do mundo corporal visível, seres invisíveis que constituem o mundo dos Espíritos.

Os Espíritos não são seres à parte, mas as próprias almas daqueles que viveram na Terra ou em outras esferas, e que deixaram seus envoltórios materiais.

Os Espíritos apresentam todos os graus de desenvolvimento intelectual e moral. Há, por conseqüência, bons e maus, esclarecidos e ignorantes, levianos, mentirosos, velhacos, hipócritas, que procuram enganar e induzir ao mal, como os há muitos superiores em tudo, e que não procuram senão fazer o bem. Essa distinção é um ponto capital.

Os Espíritos nos cercam sem cessar, com o nosso desconhecimento, dirigem os nossos pensamentos e as nossas ações, e por aí  influem sobre os acontecimentos e os destinos da Humanidade.

Os Espíritos, freqüentemente, atestam sua presença por efeitos materiais. Esses efeitos nada têm de sobrenatural; não nos parecem tal senão porque repousam sobre bases fora das leis conhecidas da matéria. Uma vez conhecidas essas bases, o efeito entra na categoria dos fenômenos naturais; é assim que os Espíritos podem agir sobre os corpos inertes e fazê-los mover sem o concurso de nossos agentes exteriores. Negar a existência de agentes desconhecidos, unicamente porque não são compreendidos, seria colocar limites ao poder de Deus, e crer que a Natureza nos disse sua última palavra.

Todo efeito tem uma causa; ninguém o contesta. É, pois, ilógico negar a causa unicamente porque seja desconhecida.

Se todo efeito tem uma causa, todo efeito inteligente deve ter uma causa inteligente. Quando se vê o braço do telégrafo fazer sinais que respondem a um pensamento, disso se conclui, não que esses braços sejam inteligentes, mas que uma inteligência fá-los moverem-se. Ocorre o mesmo com os fenômenos espíritas. Se a inteligência que os produz não é a nossa, é evidente que ela está fora de nós.

Nos fenômenos das ciências naturais, atua-se sobre a matéria inerte, que se manipula à vontade; nos fenômenos espíritas age-se sobre inteligências que têm seu livre arbítrio, e não estão submetidas à nossa vontade. Há, pois, entre os fenômenos usuais e os fenômenos espíritas uma diferença radical quanto ao princípio: por isso, a ciência vulgar é incompetente para julgá-los.

O Espírito encarnado tem dois envoltórios, um material que é o corpo, o outro semi-material e indestrutível que é o perispírito. Deixando o primeiro, conserva o segundo que constitui para ele uma espécie de corpo, mas cujas propriedades são essencialmente diferentes. Em seu estado normal, é invisível para nós, mas pode tornar-se momentaneamente visível e mesmo tangível: tal é a causa do fenômeno das aparições.

Os Espíritos não são, pois, seres abstratos, indefinidos, mas seres reais e limitados, tendo sua própria existência, que pensam e agem em virtude de seu livre arbítrio. Estão por toda parte, ao redor de nós; povoam os espaços e se transportam com a rapidez do pensamento.

Os homens podem entrar em relação com os Espíritos e deles receberem comunicações diretas pela escrita, pela palavra e por outros meios. Os Espíritos, estando ao nosso lado e podendo virem ao nosso chamado, pode-se, por certos intermediários, estabelecer com eles comunicações seguidas, como um cego pode fazê-lo com as pessoas que ele não vê.

Certas pessoas são dotadas, mais do que outras, de uma aptidão especial para transmitirem as comunicações dos Espíritos: são os médiuns. O papel do médium é o de um intérprete; é um instrumento do qual se servem os Espíritos: esse instrumento pode ser mais ou menos perfeito, e daí as comunicações mais ou menos fáceis.

Os fenômenos espíritas são de duas ordens: as manifestações físicas e materiais, e as comunicações inteligentes. Os efeitos físicos são produzidos por Espíritos inferiores; os Espíritos elevados não se ocupam mais dessas coisas quanto nossos sábios não se ocupam em fazerem grandes esforços: seu papel é de instruir pelo raciocínio.

As comunicações podem emanar de Espíritos inferiores, como de Espíritos superiores. Reconhecem-se os Espíritos, como os homens, pela sua linguagem: a dos Espíritos superiores é sempre séria, digna, nobre e marcada de benevolência; toda expressão trivial ou inconveniente, todo pensamento que choque a razão ou o bom senso, que denote orgulho, acrimônia ou malevolência, necessariamente, emana de um Espírito inferior.

Os Espíritos elevados não ensinam senão coisas boas; sua moral é a do Evangelho, não pregam senão a união e a caridade, e jamais enganam. Os Espíritos inferiores dizem absurdos, mentiras, e, freqüentemente, grosserias mesmo.

A bondade de um médium não consiste somente na facilidade das comunicações, mas, sobretudo, na natureza das comunicações que recebe. Um bom médium é aquele que simpatiza com os bons Espíritos e não recebe senão boas comunicações.

Todos temos um Espírito familiar que se liga a nós desde o nosso nascimento, nos guia, nos aconselha e nos protege; esse Espírito é sempre bom.

Além do Espírito familiar, há Espíritos que são atraídos para nós por sua simpatia por nossas qualidades e nossos defeitos, ou por antigas afeições terrestres. Donde se segue que, em toda reunião, há uma multidão de Espíritos mais ou menos bons, segundo a natureza do meio.

Podem os Espíritos revelar o futuro?

Os Espíritos não conhecem o futuro senão em razão de sua elevação. Os que são inferiores não conhecem mesmo o seu, por mais forte razão o dos outros. Os Espíritos superiores o conhecem, mas não lhes é sempre permitido revelá-lo. Em princípio, e por um desígnio muito sábio da Providência, o futuro deve nos ser ocultado; se o conhecêssemos, nosso livre arbítrio seria por isso entravado. A certeza do sucesso nos tiraria o desejo de nada fazer, porque não veríamos a necessidade de nos dar ao trabalho; a certeza de uma infelicidade nos desencorajaria. Todavia, há casos em que o conhecimento do futuro pode ser útil, mas deles jamais podemos ser juizes: os Espíritos no-los revelam quando crêem útil e têm a permissão de Deus; fazem-no espontaneamente e não ao nosso pedido. E preciso esperar, com confiança a oportunidade, e sobretudo não insistir em caso de recusa, de outro modo se arrisca a relacionar-se com Espíritos levianos que se divertem às nossas custas.

Podem os Espíritos nos guiar, por conselhos diretos, nas coisas da vida?

Sim, eles o podem e o fazem voluntariamente. Esses conselhos nos chegam diariamente pelos pensamentos que nos sugerem. Freqüentemente, fazemos coisas das quais nos atribuímos o mérito, e que não são, na realidade, senão o resultado de uma inspiração que nos foi transmitida. Ora, como estamos cercados de Espíritos que nos solicitam, uns num sentido, os outros no outro, temos sempre o nosso livre arbítrio para nos guiar na escolha, feliz para nós quando damos a preferência ao nosso bom gênio.

Além desses conselhos ocultos, pode-se tê-los diretos por um médium; mas é aqui o caso de se lembrar dos princípios fundamentais que emitimos a toda hora. A primeira coisa a considerar é a qualidade do médium, senão o for por si mesmo. Médium que não tem senão boas comunicações, que, pelas suas qualidades pessoais não simpatiza senão com os bons Espíritos, é um ser precioso do qual podem-se esperar grandes coisas, se todavia for secundado pela pureza de suas próprias instruções e se tomadas convenientemente: digo mais, é um instrumento providencial.

O segundo ponto, que não é menos importante, consiste na natureza dos Espíritos aos quais se dirigem, e não é preciso crer que o primeiro que chegue possa nos guiar utilmente. Quem não visse nas comunicações espíritas senão um meio de adivinhação, e em um médium uma espécie de ledor de sorte, se enganaria estranhamente. É preciso considerar que temos, no mundo dos Espíritos, amigos que se interessam por nós, mais sinceros e mais devotados do que aqueles que tomam esse título na Terra, e que não têm nenhum interesse em nos bajular e em nos enganar. Além do nosso Espírito protetor, são parentes ou pessoas que se nos afeiçoaram em sua vida, ou Espíritos que nos querem o bem por simpatia. Aqueles vêm voluntariamente quando são chamados, e vêm mesmo sem que sejam chamados; temo-los, freqüentemente, ao nosso lado sem disso desconfiar. São aqueles aos quais pode-se pedir conselhos pela via direta dos médiuns, e que os dão mesmo espontaneamente sem que lhes peça. Fazem-no sobretudo n a intimidade, no silêncio, e então quando nenhuma influência venha perturbá-los: aliás, são muito prudentes, e não se tem a temer da sua parte uma indiscrição imprópria: eles se calam quando há ouvidos demais. Fazem-no, ainda com mais bom grado, quando estão em comunicação freqüente conosco; como eles não dizem as coisas senão com o propósito e segundo a oportunidade, é preciso esperar a sua boa vontade e não crer que, à primeira vista, vão satisfazer a todos os nossos pedidos; querem nos provar com isso que não estão às nossas ordens.

A natureza das respostas depende muito do modo como se colocam as perguntas; é preciso aprender a conversar com os Espíritos como se aprende a conversar com os homens: em todas as coisas é preciso a experiência. Por outro lado, o hábito faz com que os Espíritos se identifiquem conosco e com o médium, os fluidos se combinam e as comunicações são mais fáceis; então se estabelece, entre eles e nós, verdadeiras conversações familiares; o que não dizem num dia, dizem-no em outro; eles se habituam à nossa maneira de ser, como nós à sua: fica-se, reciprocamente, mais cômodo. Quanto à ingerência de maus Espíritos e de Espíritos enganadores, o que é o grande escolho, a experiência ensina a combatê-los, e pode-se sempre evitá-los. Se não se lhes expuser, não vêm mais onde sabem perder seu tempo.

Qual pode ser a utilidade da propagação das idéias espíritas?

O Espiritismo, sendo a prova palpável, evidente da existência, da individualidade e da imortalidade da alma, é a destruição do Materialismo. Essa negação de toda religião, essa praga de toda sociedade. O número dos materialistas que foram conduzidos a idéias mais sadias é considerável e aumenta todos os dias: só isso seria um benefício social. Ele não prova somente a existência da alma e sua imortalidade; mostra o estado feliz ou infeliz delas segundo os méritos desta vida. As penas e as recompensas futuras não são mais uma teoria, são um fato patente que se tem sob os olhos. Ora, como não há religião possível sem a crença em Deus, na imortalidade da alma, nas penas e nas recompensas futuras, se o Espiritismo conduz a essas crenças aqueles em que estavam apagadas, disso resulta que é o mais poderoso auxiliar das idéias religiosas: dá a religião àqueles que não a têm; fortifica-a naqueles em que ela é vacilante; consola pela certeza do futuro, faz aceitar com paciência e resig nação as tribulações desta vida, e afasta do pensamento do suicídio, pensamento que se repele naturalmente quando se lhe vê as conseqüências: eis porque aqueles que penetraram esses mistérios estão felizes com isso; é para eles uma luz que dissipa as trevas e as angústias da dúvida.

Se considerarmos agora a moral ensinada pelos Espíritos superiores, ela é toda evangélica, é dizer tudo: prega a caridade cristã em toda a sua sublimidade; faz mais, mostra a necessidade para a felicidade presente e futura, porque as conseqüências do bem e do mal que fizermos estão ali diante dos nossos olhos. Conduzindo os homens aos sentimentos de seus deveres recíprocos, o Espiritismo neutraliza o efeito das doutrinas subversivas da ordem social.

Essas crenças não podem ser um perigo para a razão?

Todas as ciências não forneceram seu contingente às casas de alienados? É preciso condená-las por isso? As crenças religiosas não estão ali largamente representadas? Seria justo, por isso, proscrever a religião? Conhecem-se todos os loucos que o medo do diabo produziu? Todas as grandes preocupações intelectuais levam à exaltação, e podem reagir lastimavelmente sobre um cérebro fraco; teria fundamento ver-se no Espiritismo um perigo especial a esse respeito, se ele fosse a causa única, ou mesmo preponderante, dos casos de loucura. Faz-se grande barulho de dois ou três casos aos quais não se daria nenhuma atenção em outra circunstância; não se levam em conta, ainda, as causas predisponentes anteriores. Eu poderia citar outras nas quais as idéias espíritas, bem compreendidas, detiveram o desenvolvimento da loucura. Em resumo, o Espiritismo não oferece, sob esse aspecto, mais perigo que as mil e uma causas que a produzem diariamente; digo mais, que ele as oferece muito menos, naq uilo que ele carrega em si mesmo seu corretivo, e que pode, pela direção que dá às idéias, pela calma que proporciona ao espírito daqueles que o compreende, neutralizar o efeito de causas estranhas. O desespero é uma dessas causas; ora, o Espiritismo, fazendo-nos encarar as coisas mais lamentáveis com sangue frio e resignação, nos dá a força de suportá-las com coragem e resignação, e atenua os funestos efeitos do desespero.

As crenças espíritas não são a consagração das idéias supersticiosas da Antigüidade e da Idade Média, e não podem recomendá-las?

As pessoas sem religião não taxam de superstição a maioria das crenças religiosas? Uma idéia não é supersticiosa senão porque ela é falsa; cessa de sê-lo se se torna uma verdade. Está provado que, no fundo da maioria das superstições, há uma verdade ampliada e desnaturada pela imaginação. Ora, tirar a essas idéias todo seu aparelho fantástico, e não deixar senão a realidade, é destruir a superstição: tal é o efeito da ciência espírita, que coloca a nu o que há de verdade ou de falso nas crenças populares. Por muito tempo, as aparições foram vistas como uma crença supersticiosa; hoje, que são um fato provado, e, mais que isso, perfeitamente explicado, elas entram no domínio dos fenômenos naturais. Seria inútil condená-las, não as impediria de se produzirem; mas aqueles que delas tomam conhecimento e as compreendem, não somente não se amedrontam, mas com elas ficam satisfeitos, e é a tal ponto que aqueles que não as têm desejam tê-las. Os fenômenos incompreendidos deixam o camp o livre à imaginação, são a fonte de uma multidão de idéias acessórias, absurdas, que degeneram em superstição. Mostrai a realidade, explicai a causa, e a imaginação se detém no limite do possível; o maravilhoso, o absurdo e o impossível desaparecem, e com eles a superstição; tais são, entre outras, as práticas cabalísticas, a virtude dos sinais e das palavras mágicas, as fórmulas sacramentais, os amuletos, os dias nefastos, as horas diabólicas, e tantas outras coisas das quais o Espiritismo, bem compreendido, demonstra o ridículo.

Tais são, Príncipe, as respostas que acreditei dever fazer às perguntas que me haveis dado a honra em me endereçar, feliz se elas podem corroborar as idéias que Vossa Alteza já possui sobre essas matérias, e vos levar a aprofundar uma questão de tão alto interesse; mais feliz ainda se meu concurso ulterior puder ser para vós de alguma utilidade.

Com o mais profundo respeito, sou, de Vossa Alteza, o muito humilde e muito obediente servidor,

Fonte: Revista Espírita de janeiro de 1859

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

ORAÇÃO DO JOVEM

Senhor,
sinto-me aturdido no báratro da vida moderna.
Este foi um dia de agitação.
Pensando no estômago e nas exigências do corpo, esqueci-me de alçar-me a Ti.
Dominado pelas paixões desperdicei o tempo na futilidade.
Entre torturas e ansiedades, saí à cata de sensações fortes.
Agora detenho-me cansado...
Corri de um para outro lado, estive azorragado pelos impositivos da vida atribulada e, neste momento, deparo-me com as mãos vazias de feitos nobilitantes e o coração sem paz...
Por que me permito afligir com as questões da vida transitória, quando já me encontro cientificado da realidade verdadeira?
Ainda ontem, fazendo um exame de consciência prometi-me retificação, corrigenda interior.
Todavia, novos malogros me assaltaram no dia de hoje.
Padeço receios que me atestam a falência íntima dos poucos valores morais que possuo.
A verdade, porém, é que Te amo.
Sem embargo, surpreendo-me a cada momento distante de Ti.
Ajuda-me a não Te abandonar, porquanto sou eu quem necessita da Tua presença vigorosa.
A juventude, qual licor embriagante corre pelas minhas veias e esfogueia-me...
As ambições me convocam à corrida desenfreada, na busca, afinal, de coisa nenhuma.
Ouço os convites ardentes do mundo, atraentes, sedutores, e inquieto-me, porquanto, simultaneamente, Tua voz me penetra e me arrebata.
Senhor:
ajuda-me na barca frágil da minha juventude ansiosa em que naufrago e salva-me!
Aquieto-me, confiante, registo Tua voz a dizer-me, gentil:
- Bom ânimo. Aqui estou!
Conduze-me contigo ao porto da paz, Amigo Divino

Marcelo Ribeiro,
psicografia de Divaldo Pereira Franco, na sessão da noite de 19/11/1975 no Centro Espírita "Caminho da Redenção", em Salvador, Bahia