quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

JESUS E A ORAÇÃO

O Mestre jamais convidou alguém a orar num templo 

Ele próprio deu-se como exemplo no serviço a Deus na pessoa do próximo. Curava sempre, impondo as mãos sobre os doentes, embora não precisasse fazê-lo para curar (vide cura do servo do centurião: Mt, 8: 5 a 13), mas o fez para ensinar, recomendando que se fizesse o mesmo: “... e porão as mãos sobre os enfermos e os curarão.” (Mc, 16: 18). Deixou bem claro, também, a gratuidade da prática religiosa: “... de graça recebestes, de graça dai.” (Mt, 10:8).

Vê-se, assim, que Jesus trouxe à Terra uma mensagem religiosa sem precedentes. Simples, sem ser superficial; profunda, sem ser complicada. Uma concepção religiosa libertadora não agrada àqueles que desejam exercer o poder religioso. Estes procuram conservar a religião como algo mágico, místico, extático, complexo a ponto de a ela só terem acesso os doutos e os sábios, pessoas pretensamente especiais, que estariam mais habilitadas a intermediarem as mensagens das criaturas ao Criador.

Jesus concedeu uma verdadeira carta de alforria à Humanidade, em relação à intermediação sacerdotal, ao informar a criatura humana de que ela tem o direito legítimo e inalienável de se comunicar com seu Criador, diretamente, em qualquer lugar onde se encontre, dando como exemplo o lugar onde se dorme: “Mas tu, quando orares, entra no teu aposento, e, fechando a tua porta, ora a teu Pai que está em oculto; e teu Pai, que vê secretamente, te recompensará.” (Mt, 6: 6). Ao se meditar sobre esse ensinamento, percebe-se quanto sua mensagem foi deturpada pelos teólogos, que ensinam terem certas pessoas determinadas prerrogativas de serem ouvidas por Deus, como se fossem advogados a levarem agradecimentos ou a reivindicarem determinadas benesses, numa prática desenvolvida em meio a rituais completamente estranhos aos ensinamentos e aos exemplos de Jesus, com a agravante de serem remunerados.

Jesus libertou a criatura humana também da necessidade do comparecimento ao templo, a fim de ali encontrar-se com Deus. O Mestre jamais convidou alguém a orar num templo. Pelo contrário, quando a Samaritana manifestou-se no sentido de adorar a Deus no Templo de Jerusalém, o Mestre desautorizou tal atitude, dizendo-lhe: "Mulher, crê-me que a hora vem, em que nem neste monte nem em Jerusalém adorareis o Pai. Deus é espírito e importa que os que O adoram O adorem em espírito e em verdade." (Jo, 4: 21 e 24). Para Jesus não havia santuários, lugares especiais. Seus ensinamentos, suas curas, suas orações sempre foram levados a efeito onde quer que ele se encontrasse. 

Ele foi crucificado exatamente pela coragem de contrapor-se ao poderio sacerdotal, àquela verdadeira ditadura religiosa. Infelizmente, com o passar dos tempos, o eixo da mensagem cristã foi-se desviando, saindo da área do estudo, da meditação e do serviço à luz da oração consciente, passando às práticas exteriores.

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

A CONDENAÇÃO DA REENCARNAÇÃO

A condenação da Doutrina  da Reencarnação se deve a uma ferrenha oposição pessoal do finado imperador Justiniano, que nunca esteve ligado aos protocolos do Concílio. Segundo Procópio, uma mulher de nome Teodora, filha de um guardador de ursos do anfiteatro de Bizâncio, era a ambiciosa esposa de Justiniano, e na realidade, era quem manejava o poder. Ela, como cortesã, iniciou sua rápida ascensão ao Império. Para se libertar de um passado que a envergonhava, ordenou, mais tarde, a morte de quinhentas antigas "colegas" e, para não sofrer as conseqüências dessa ordem cruel em uma outra vida como preconiza a lei do Carma, empenhou-se em suprimir toda a magnífica Doutrina da Reencarnação. Estava confiante no sucesso dessa anulação, decretada por  Justiniano " em nome de DEUS " !
        O déspota imperador Justiniano, sem levar em conta o ponto de vista clerical, declarou guerra frontal aos ensinamentos de Orígenes - exegeta e teólogo ( 185 - 235 D.C ), condenando tais ensinamentos através de um sínodo especial. Em suas obras: De  Principiis e Contra Celsum, Orígenes tinha reconhecido, abertamente, a existência da alma antes do nascimento e sua dependência de ações passadas. Ele pensava que certas passagens do Novo Testamento poderiam ser explicadas somente à luz da Reencarnação.
        Do Concílio convocado por Justiniano só participaram bispos do oriente (ortodoxos). Nenhum de Roma. E o próprio "Papa", que estava em Constantinopla nesta ocasião, deixou isso bem claro.
        O Concílio de Constantinopla, o quinto dos Concílios, não passou de um encontro, mais ou menos em caráter privado, organizado por Justiniano, que, mancomunado com alguns vassalos, excomungou e maldisse a doutrina da preexistência da alma, com protestos do Papa Virgílio, e a publicação de seus anátemas. Embora estivesse em Roma naquela época, o Papa Virgílio seqüestrado e mantido prisioneiro de Justiniano por oito anos, recusou-se a participar deste Concilio, quando Justiniano não assegurou o mesmo quorum de bispos representantes do leste e do oeste.
        Uma vez convocado, o Concilio só incluiu 165 bispos da Cristandade em sua reunião final, dos quais 159 eram da Igreja oriental. Tal fato garantiu a Justiniano todos os votos de que precisava.
        A conclusão oficial a que o Concílio chegou após uma discussão de quatro semanas teve que ser submetida ao "Papa" para ratificação. Na verdade, os documentos que lhe foram apresentados (os assim chamados "Três Capítulos") versavam apenas sobre a disputa a respeito de três eruditos que Justiniano, há quatro anos, havia por um edito (decreto) declarado heréticos. Nada continham sobre Orígenes. Os "papas" seguintes, Pelagio I (556 - 561 D.C ), Pelagio II ( 579 - 590 D.C ) e Gregório ( 590 - 604 D.C ), quando se referiram ao quinto Concílio, nunca tocaram no nome de Orígenes.
        E a Igreja aceitou o Edito de Justiniano - "Todo aquele que ensinar esta fantástica preexistência da alma e sua monstruosa renovação, será condenado" - como parte das conclusões do Concílio. Esta atitude da Igreja levou a reações tais como a do Cardeal Nicolau de Cusa que sustentou, em pleno Vaticano, a pluralidade das vidas e dos mundos habitados, com a concordância do Papa Eugênio IV (1431-1447), embora isso provocasse descontentamento de influentes clérigos da Cúria Romana. Porém, havia e houve sempre o interesse em sepultar esse conhecimento. Então, ao invés de uma aceitação simples e clara da Reencarnação, a Igreja passou a rejeitá-la, justificando tal atitude com a criação de Dogmas que lançam obscuridade sobre os problemas da vida, revoltam a razão e impõem dominação, ignorância, apatia e graves entraves à autonomia da razão humana e ao desenvolvimento espiritual da humanidade...

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Cristo nasceu? Onde? Quando?

São indagações que compõem o título de belíssima página doutrinária escrita pelo espírita Pedro de Camargo (1878-1966), mais conhecido como Vinícius, encontrada em seu livro Em Torno do Mestre, publicado pela FEB em 1939, cuja última edição, a nona, data de 2009. Com admirável criatividade, o autor analisa o significado e o contexto do nascimento do Cristo, utilizando a entrevista como recurso literário, então direcionada a sete conhecidas personalidades do Evangelho, tendo como referência este registro evangélico:

O verbo se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça e verdade, e vimos a sua glória como de unigênito do Pai. Mas a todos os que o receberam, aos que creem em seu nome, deu Ele o direito de se tornarem filhos de Deus; os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas sim de Deus. (João, 1:4.)
A íntegra da entrevista deVinícius, com destaques nossos, é a que se segue:

Perguntemos a Paulo – onde e quando Jesus nasceu? Ele nos dirá: Foi na estrada de Damasco, quando eu, então intolerante e fanatizado por uma causa inglória, me vi envolvido na sua divina luz. Dali por diante – “já não sou eu mais que vive, mas o Cristo é que vive em mim”.

Indaguemos de Madalena, onde e quando nasceu Jesus. Ela nos informará: Jesus nasceu em Betânia, certa vez em que sua voz, ungida de pureza e santidade, despertou em mim a sensação de uma vida nova, com a qual, até então, jamais sonhara.

Ouçamos o depoimento de Pedro, sobre a natividade do Senhor, e ele assim se pronunciará: Jesus nasceu no átrio do paço de Pilatos, no momento em que o galo, cantando pela terceira vez, acordou minha consciência para a verdadeira vida.Daí por diante, nunca mais vacilei diante dos potentados do século, quando me era dado defender a Justiça e proclamar a verdade, pois a força e o poder do Cristo constituíram elementos integrantes de meu próprio ser.

Chamemos à baila João Evangelista e peçamos nos diga o que sabe acerca do natal do Messias, e ele nos dirá: Jesus nasceu no dia em que meu entendimento, iluminado pela sua divina graça, me fez saber que “Deus é amor”.1

Dirijamo-nos a Zaqueu, o publicano, e eis o seu testemunho: Jesus nasceu em Jericó, numa esplêndida manhã de Sol, quando eu, ansioso por conhecê-lo, subi numa árvore, à beira do caminho por onde Ele passava, contentando-me com o ver de longe. Eis que Ele, amorável e bom, acena-me, dizendo: “Zaqueu, desce, importa que me hospede contigo”. Naquele dia entrou a salvação no meu lar.

Interpelemos Tomé, o incrédulo: Quando e onde nasceu o Mestre? Ele, por certo, retrucará: Jesus nasceu em Jerusalém, naquele dia memorável e inesquecível em que me foi dado testificar que a morte não tinha poder sobre o Filho de Deus. Só então compreendi o sentido de suas palavras: “Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida”.

Apelemos, finalmente, para Dimas, o bom ladrão: Onde e quando Jesus nasceu? Ele nos informará: Jesus nasceu no topo do Calvário, precisamente quando a cegueira e a maldade humanas supunham aniquilá-lo para sempre; dali Ele me dirigiu um olhar repassado de piedade e de ternura, que me fez esquecer todas as misérias deste mundo e antegozar as delícias do paraíso. Desde logo, senti-o em mim e eu nele.2

As respostas transmitidas pelos entrevistados nos fazem ver que o nascimento do Cristo, o local e a data, representam, efetivamente, o exato momento do despertar da nossa consciência para a sublimidade do Amor, ensinado e exemplificado por Jesus.

Para a Doutrina Espírita, Jesus é e sempre será “o tipo mais perfeito que Deus já ofereceu ao homem para lhe servir de guia e modelo”.3 É válido, porém, deixar registrado que no meio acadêmico e entre os historiadores do Cristianismo configura-se nova metodologia de estudo da figura ímpar de Jesus, denominada Jesus Histórico. Trata-se de estudo crítico que não considera os axiomas religiosos e teológicos tradicionais nem os determinismos bíblicos que, na generalidade, revelam o Mestre Nazareno como o Filho de Deus ou o Messias prometido para a salvação da Humanidade.

Embora as reconstruções históricas variem, são concordantes em dois pontos: Jesus era um rabino judeu, que atraiu um pequeno grupo de galileus e, após um período de pregação, foi crucificado pelos romanos na Palestina, sob instigação dos sacerdotes judeus, durante o governo de Pôncio Pilatos.

A busca pelo Jesus Histórico foi iniciada pelo filósofo deísta alemão Hermann Samuel Reimarus (1694-1768) que, junto com outros estudiosos, passaram a duvidar da historicidade relatada pelos textos sagrados, aceita sem controvérsias até o século XVIII, quando surgiu o movimento iluminista na Europa.Após a Primeira Guerra Mundial, os teólogos alemães Martin Dibelius (1883-1947) e Rudolf Karl Bultmann (1884-1976) compararam a mensagem original de Jesus (do Novo Testamento) à de outros textos, provenientes da época da igreja primitiva, identificando pontos concordantes e discordantes. Empregaram, então, dois métodos para chegarem às conclusões finais, publicadas posteriormente:

a) Redação criticista – trata-se de uma investigação a respeito de como cada escritor do Evangelho compilou seu livro, seguida de comparação com outros escritos e, também, com fontes orais;
b) Crítica formal – concluíram que os evangelhos (segundo Mateus,Marcos, Lucas e João) não foram escritos completos, originalmente, tal como os conhecemos nos dias atuais.Na verdade, são coleções de fatos separados, de tradições orais, mitos ou parábolas, propositalmente agrupados para formar uma coletânea, artificialmente elaborada, e destinada a divulgar práticas da igreja antiga. Dessa forma, a crítica formal tenta reconstruir os episódios originais, separando o que é fato histórico e o que é inclusão artificial.
Há outro ponto relevante: na busca pelo Jesus Histórico, alguns estudiosos fundamentam-se na chamada Fonte Q (de Quelle, nome alemão para fonte), uma coleção de Ditos de Jesus, que é uma tradição, oral ou escrita – não se sabe ao certo – amplamente difundida no mundo cristão da primeira metade do século I, e que serviu de base para a escritura dos evangelhos sinóticos, assim como para alguns apócrifos. Sendo assim, o documento Q, ou fonte Q, é hipoteticamente considerado como sendo o primeiro texto evangélico escrito, e que teria sido utilizado, mais tarde, por Mateus e Lucas, mas não por Marcos, na redação dos seus escritos, fato que justificaria as coincidências presentes no Evangelho de Lucas e de Mateus, e as diferenças com o de Marcos.

Em suma, munidos dos novos instrumentos da pesquisa hodierna, tais como história antiga, crítica literária, crítica textual, filologia, papirologia, arqueologia, geografia, religião comparada, os atuais pesquisadores tentam reconstruir o ambiente sociocultural de Jesus, de modo a experimentar o efeito que as palavras do Mestre produziram nos ouvintes da sua época. Nesse esforço, procura-se evitar juízos preconcebidos, premissas rígidas, preconceitos étnicos, deixando que a mensagem se estabeleça ainda que contrariamente às expectativas dos crentes atuais. No entanto, ao montar o quebra-cabeça da história do Cristianismo Primitivo com as escassas peças disponíveis, nem sempre é possível ao pesquisador humano dispensar certa dose de imaginação.4

Uma evidência poderosa já se destaca das conclusões dos pesquisadores: a grandeza do Cristo e a sublimidade da sua mensagem. Parâmetros pelos quais devemos nos guiar, sem jamais perder de vista qual é a plataforma do Mestre, como ensina Emmanuel:

Anunciou-nos a celeste revelação que Ele viria salvar-nos de nossos próprios pecados, libertar-nos da cadeia de nossos próprios erros, afastando-nos do egoísmo e do orgulho que ainda legislam para o nosso mundo consciencial.5


Referências:1VINÍCIUS. Em torno do mestre. 9. ed. 1. reimp. Rio de Janeiro: FEB, 2009. Cap. Cristo nasceu? Onde? Quando?. p. 236.
2_____. _____. p. 236-237.
3KARDEC, Allan. O livro dos espíritos. Trad. Evandro Noleto Bezerra. 2. ed. 1. reimp. Rio de Janeiro: FEB, 2010. Q. 625.
4DIAS, Haroldo Dutra. Cristianismo redivivo: história da era apostólica, Novas perguntas. In: Reformador, ano 126, n. 2.146, p. 34(32)-36(34), jan. 2008.
5XAVIER, Francisco C. Vinha de luz. Pelo Espírito Emmanuel. 27. ed. 3. reimp. Rio de Janeiro: FEB, 2011. Cap. 174, p. 386.

In O Reformador, dez/2011 Ed. FEB

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

CARIDADE

Um dia, um rapaz pobre que vendia mercadorias de porta em porta para pagar seus estudos viu que só lhe restava uma simples moeda de dez centavos, e tinha fome. Decidiu que pediria comida na próxima casa. Porém, ficou nervoso quando uma encantadora mulher jovem lhe abriu a porta. Em vez de comida, pediu um copo de água.
    Ela pensou que o jovem parecia faminto e assim lhe deu um grande copo de leite. Ele bebeu devagar e depois lhe perguntou:
    – Quanto lhe devo?
    – Não me deve nada – respondeu ela.
    E continuou:
    – Minha mãe sempre nos ensinou a nunca aceitar pagamento por uma oferta caridosa.
    Ele disse:
    – Pois lhe agradeço de todo coração.
    Quando Howard Kelly saiu daquela casa, não só se sentiu mais forte fisicamente, mas também sua fé em Deus e nos homens ficou mais forte. Antes, ele já estava resignado a se render e a deixar tudo de lado.
    Anos depois, essa jovem mulher ficou gravemente doente. Os médicos locais estavam confusos. Finalmente enviaram-na à cidade grande, onde chamaram um especialista para estudar sua rara enfermidade. Chamaram o dr. Howard Kelly.
    Quando escutou o nome do povoado de onde ela viera, uma estranha luz lhe encheu os olhos. Imediatamente, vestido com a sua bata de doutor, foi ver a paciente. Reconheceu imediatamente aquela mulher. Determinou-se a fazer o melhor para salvar aquela vida. Passou a dedicar atenção especial àquela paciente. Depois de uma demorada luta pela vida da enferma, ganhou a batalha.
    O dr. Kelly pediu à administração do hospital que lhe enviasse a fatura total dos gastos para aprová-la. Ele a conferiu e depois escreveu algo e mandou entregá-la no quarto da paciente.
    Ela tinha medo de abri-la, porque sabia que levaria o resto da vida para pagar todos os gastos. Finalmente, abriu a fatura e algo lhe chamou a atenção, pois estava escrito o seguinte:
     “Totalmente pago há muitos anos com um copo de leite. (a) Dr. Howard Kelly.”
    Lágrimas de alegria correram-lhe dos olhos e o coração feliz orou assim:
     “Graças, meu Deus, porque Teu Amor se manifestou nas mãos e nos corações humanos.”

* * *
    A caridade é a manifestação do amor. Vai muito além do dever e dos interesses pessoais. É um ato de puro desprendimento, de consideração pela dor do próximo. A única recompensa que interessa a quem a pratica é a alegria e o bem-estar da pessoa ajudada.
    Todo bem que fazemos, por mínimo que seja, atrai para nós o bem. É o efeito da lei de ação e reação. Mais cedo ou mais tarde, teremos o resultado do esforço para ser bons, honestos e trabalhadores.
    Da mesma forma, quando semeamos espinhos e discórdias, miséria e destruição, haveremos de ser convocados à reparação dos nossos erros pela justiça humana ou pela justiça divina. E, sem dúvida, não gostaremos de passar pelo sofrimento necessário ao resgate das dívidas.
    Hoje, quando o sofrimento toma conta de muitos lares, bem próximos de nós, devemos encontrar, na prática da caridade, uma grande oportunidade, uma bênção de Deus, para que possamos desenvolver a capacidade de amar e, assim, nos aproximarmos da felicidade.
    Não só a caridade material de dar um prato de comida, uma roupa ou algumas moedas. Mas principalmente a caridade moral, de saber ouvir ou de confortar com palavras de bom-ânimo, de estar presente nas horas difíceis ou de ensinar o ignorante.
    Sejamos capazes de compreender e auxiliar o próximo no alívio de seu sofrimento, porque, com certeza, também precisamos, ou um dia precisaremos, ser consolados por alguém ou por Deus.

Por Donizete Pinheiro, no livro Terapia da paz

domingo, 4 de dezembro de 2011

JOHN EDMONDS - UMA SELEÇÃO DE FOLHETOS ESPIRITUAIS

Terceiro livro por mim traduzido, do Juiz Edmonds, Folhetos Espirituais,
Sinopse: Trabalhador da primeira hora, o Juiz Edmonds veio neste livro, através de pequenos folhetos e cartas distribuídos aos periódicos da época, mostrar como e por que se converteu ao Espiritismo, além de versar sobre diversos assuntos, como identificação dos espíritos, pretensas incongruências dos espíritos acerca da localização do Paraíso (as diversas moradas na casa do Pai), xenoglossia, "raps", mediunidade física, moral e mental, manifestações, etc. e o porquê das relações mortais-espirituais. Notando-se a incrível semelhança nos pontos dados pelo autor com a Codificação do egrégio Allan Kardec, em França, separados por um oceano de distância, isso durante a feitura do próprio livro basilar da Codificação, o Livro dos Espíritos (1857), pode-se supor que, talvez, se o Codificador não tivesse aceitado tal missão, seria ele quem o substituiria na tarefa.

Baixe aqui.

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

A CRENÇA

A crença humana em qualquer fé é direito inalienável do indivíduo. Cada um, em seu estágio evolutivo tem tal direito e cada um tem o dever de respeitá-la. Não importa o tipo de crença, se leva o homem a se tornar melhor, esclarecido, paciente, resignado e corajoso ante os escolhos da vida. Se a crença o leva a praticar sempre o bem, a ver sempre o bem, procurar o amor e ser justo para com o próximo, ela é de total confiança e leva a Deus Pai Incriado. Não importa se necessita de rituais, paramentos, imagens, águas fluidificadas, livros, etc. se faz nascer no ser humano aquela vontade de reformar-se intimamente e elevar-se moral e intelectualmente. Cada crença possui suas próprias particularidades porque o ser humano é individualizado e tende a se agregar por afinidade. A lei de que afim atrai afim é mais do que verdadeira quando se trata de crenças. Somos levados a nos unir àqueles que comungam de nossa fé por laços etéricos além da atual compreensão humana, compostos de  fluídos sutis que evolam do éter universal, formas-pensamento de composição ectoplásmica, tudo invisível aos olhos humanos, mas não as percepções do espírito imortal. Por isso, acerca das crenças, devemos ser sempre tolerantes e não pré-julgar nenhuma. Como diz o adágio, parafraseando Paulo de tarso: “Instruí-vos e retendes o que há de bom”, ou seja, estudemos de tudo para que de tudo tiremos nossas crenças.
Emereciana