terça-feira, 18 de dezembro de 2012

ANGÚSTIA



Na hora da angústia, apegue-se àquele que veio nos ensinar a verdade da vida. Na hora do aborrecimento, mantenha a fé viva naquele que nos mostrou resignação como sendo a vitória da vida. Na hora do temor, fique certo que nada poderá contra aquele que caminha na trilha deixada pelo Mestre. Apegue-se, mantenha-se, fique sempre com a palavra do Mestre Jesus, na sua moral superior a de qualquer um no planeta. Bem- aventurados os que choram, pois serão consolados pelo amor eterno do Deus Incriado através das palavras imorredouras do seu filho dileto, Jesus Cristo. Para isso, faça o que ele disse: confia e segue, creia e será salvo, pedi e obtereis. A fé e a vontade de vencer são o combustível, o Cristo é o comburente e as dores e perseguições do mundo, as cinzas que restarão depois do incêndio que libertará a alma de sua prisão ilusória. Não se desvirtue do caminho, não vá por atalhos, saltos ou facilidades, a trilha é estreita e cheia de escolhos, mas a recompensa é superior a tudo. Paz e bênçãos.

Emereciana

segunda-feira, 7 de maio de 2012

NATUREZA PRECIOSA

A natureza é demasiada preciosa para a devastarmos. É dom de Deus para a vida no planeta ao qual somos obrigados a viver, a fim de purificarmos das sombrias nódoas do passado delituoso e de aprender para o glorioso porvir. Tratamos de cuidar de nosso planeta, nosso corpo vivente que circunavega pela órbita da poderosa estrela chamada Sol, que aquece e emana vida. Utilizá-la ao nosso bel-prazer é matar a nós mesmos, exterminá-la sistematicamente é destruir aquilo que precisamos para viver e deixar para nossos descendentes, que, por ventura, poderão ser nós mesmos. Aqueles que hoje depredam, desmatam, queimam em nome de um progresso inexistente – progresso material é progresso inútil, e não vem acompanhado do progresso moral – amanhã poderão ser aqueles que morrerão de fome sem ter o que plantar, o que tirar de uma árvore frutífera para matar-lhe a fome e a sede. Serão aqueles que não terão o que vestir pois não terá pasto para as ovelhas que dão lã, nem área cultivável para o algodão florescer. Todos os que hoje só se preocupam consigo mesmos, amanhã volverão e sentirão em si as agruras por terem descuidado do planeta. A natureza seguirá seu curso até a extinção, se o homem continuar nesta tresloucada corrida genocida e suicida. A cada dia, dezenas de espécimes são extintas pela mão cruel daquele que deveria proteger ao invés de destruir. A cada dia centenas de árvores centenárias são derribadas para locupletar as contas monetárias de madeireiros inclementes. A cada dia rios e lagoas são infestadas por lixo e esgoto de casas cujos proprietários não possuem ou não querem tratar seus dejetos. Os governos possuem sua parcela de culpa, mas quem os põe no poder? Não adianta apenas falar, gritar e nada fazer. Comecemos a ensinar nossas crianças a cuidar da natureza, a cuidar do que é de todos, para que não nos arrependamos quando voltarmos, para que não sejamos malditos por aqueles que virão. Movamos nossas mentes e braços para cuidar da natureza, pois todos a ela pertencemos e para ela voltaremos. A natureza é a mãe que nos dá o corpo, sejamos para ela o filho que dá a alma e o amor incondicional.
Emereciana

quarta-feira, 25 de abril de 2012

CALMA

Se você está no ponto de estourar mentalmente, silencie alguns instantes para pensar.
Se o motivo é moléstia no próprio corpo, a intranquilidade traz o pior.
Se a razão é enfermidade em pessoa querida, o seu desajuste é fator agravante.
Se você sofreu prejuízos materiais, a reclamação é bomba atrasada, lançando caso novo.
Se perdeu alguma afeição, a queixa tornará você uma pessoa menos simpática, junto de outros amigos.
Se deixou alguma oportunidade valiosa para trás, a inquietação é desperdício de tempo.
Se contrariedades aparecem, o ato de esbravejar afastará de você o concurso espontâneo.
Se você praticou um erro, o desespero é porta aberta a faltas maiores.
Se você não atingiu o que desejava, a impaciência fará mais larga a distância entre você e o objetivo a alcançar.
Seja qual for a dificuldade, conserve a calma trabalhando, porque, em todo problema a serenidade é o teto da alma, pedindo o serviço por solução.

André Luiz,
Por Francisco C. Xavier, in Mensagens de Saúde Espiritual Ed. EME

sexta-feira, 20 de abril de 2012

HOMENAGEM A OGUM

Ogum (em iorubá: Ògún) é, na mitologia iorubá, o orixá ferreiro, senhor dos metais. O próprio Ogum forjava suas ferramentas, tanto para a caça, como para a agricultura, e para a guerra. Na África seu culto é restrito aos homens, e existiam templos em Ondo, Ekiti e Oyo. Era o filho mais velho de Oduduwa, o fundador de Ifé, identificado no jogo do merindilogun pelos odu etaogunda, odi e obeogunda, representado materialmente e imaterial pelo candomblé, através do assentamento sagrado denominado igba ogun.
Ogum é considerado o primeiro dos orixás a descer do Orun (o céu), para o Aiye (a Terra), após a criação, um dos semideuses visando uma futura vida humana. Em comemoração a tal acontecimento, um de seus vários nomes é Oriki ou Osin Imole, que significa o "primeiro orixá a vir para a Terra". É filho de Oduduwa e Yembo, irmão de Xangô, Oxossi, Oxun e Eleggua. Ogum é o filho mais velho de Odudua, o herói civilizador que fundou a cidade de Ifé. Quando Odudua esteve temporariamente cego, Ogum tornou-se seu regente em Ifé.
Ogum foi provavelmente a primeira divindade cultuada pelos povos iorubá da África Ocidental. Acredita-se que ele tenha wo ile sun, que significa "afundar na terra e não morrer", em um lugar chamado 'Ire-Ekiti'. Também chamado por Ògún, Ogoun, Gu, Ogou, Ogun e Oggún. Sua primeira aparição na mitologia foi como um caçador chamado Tobe Ode.

Ogum é um orixá importantíssimo na África e no Brasil. Sua origem, de acordo com a história, data de eras remotas. Ogum é o último imolé. Os Igba Imolé eram os duzentos orixás da direita que foram destruídos por Olodumaré após terem agido mal. A Ogum, o único Igba Imolé que restou, coube conduzir os Irun Imole, os outros quatrocentos orixás da esquerda.
Foi Ogum quem ensinou aos homens como forjar o ferro e o aço. Ele tem um molho de sete instrumentos de ferro: alavanca, machado, pá, enxada, picareta, espada e faca, com as quais ajuda o homem a vencer a natureza. É figura que se repete em todas as formas mais conhecidas da mitologia universal. Ogum é o arquétipo do guerreiro. Bastante cultuado no Brasil, especialmente por ser associado à luta, à conquista, é a figura do astral que, depois de Exu, está mais próxima dos seres humanos. É sincretizado com São Jorge ou com Santo Antônio, tradicionais guerreiros dos mitos católicos, também lutadores, destemidos e cheios de iniciativa. A relação de Ogum com os militares tanto vem do sincretismo realizado com São Jorge, sempre associado às forças armadas, como da sua figura de comandante supremo ioruba.
Como orixá do ferro, a divindade que brande a espada e forja o ferro, transformando-o no instrumento de luta. Assim seu poder vai-se expandindo para além da luta, sendo o padroeiro de todos os que manejam ferramentas: ferreiros, barbeiros, militares, soldados, ferreiros, trabalhadores, agricultores e, hoje em dia, mecânicos, motoristas de caminhões e maquinistas de trem. É, por extensão o Orixá que cuida dos conhecimentos práticos, sendo o patrono da tecnologia. Do conhecimento da guerra para o da prática: tal conexão continua válida para nós, pois também na sociedade ocidental a maior parte das inovações tecnológicas vem justamente das pesquisas armamentistas, sendo posteriormente incorporada à produção de objetos de consumo civil, o que é particularmente notável na indústria automobilística, de computação e da aviação.
Ogum também é considerado o Senhor dos caminhos. Ele protege as pessoas em locais perigosos, dominando a rua com o auxílio de Exú. Se Exú é dono das encruzilhadas, assumindo a responsabilidade do tráfego, de determinar o que pode  e o que não pode passar, Ogum é o dono dos caminhos em si, das ligações que se estabelecem entre os diferentes locais.

Atribuições
Todo Ogum é aplicador natural da Lei e todos agem com a mesma inflexibilidade, rigidez e firmeza, pois não se permitem uma conduta alternativa.
Onde estiver um Ogum, lá estarão os olhos da Lei, mesmo que seja um "caboclo" de Ogum, avesso às condutas liberais dos freqüentadores das tendas de Umbanda, sempre atento ao desenrolar dos trabalhos realizados, tanto pelos médiuns quanto pelos espíritos incorporadores.
Dizemos que Ogum é, em si mesmo, os atentos olhos da Lei, sempre vigilante, marcial e pronto para agir onde lhe for ordenado.

As Características Dos Filhos De Ogum

Não é difícil reconhecer um filho de Ogum. Tem um comportamento extremamente coerente, arrebatado e passional, aonde as explosões, a obstinação e a teimosia logo avultam, assim como o prazer com os amigos e com o sexo oposto. São conquistadores, incapazes de fixar-se num mesmo lugar, gostando de temas e assuntos novos, conseqüentemente apaixonados por viagens, mudanças de endereço e de cidade. Um trabalho que exija rotina, tornará um filho de Ogum um desajustado e amargo. São apreciadores das novidades tecnológicas, são pessoas curiosas e resistentes, com grande capacidade de concentração no objetivo em pauta; a coragem é muito grande.
Os filhos de Ogum custam a perdoar as ofensas dos outros. Não são muito exigentes na comida, no vestir, nem tão pouco na moradia, com raras exceções. São amigos camaradas, porém estão sempre envolvidos com demandas. Divertidos, despertam sempre interesse nas mulheres, tem seguidos relacionamentos sexuais, e não se fixam muito a uma só pessoa até realmente encontrarem seu grande amor.
São pessoas determinadas e com vigor e espírito de competição. Mostram-se líderes natos e com coragem para enfrentar qualquer missão, mas são francos e, às vezes, rudes ao impor sua vontade e idéias. Arrependem-se quando vêem que erraram, assim, tornam-se abertos a novas idéias e opiniões, desde que sejam coerentes e precisas.
As pessoas de Ogum são práticas e inquietas, nunca "falam por trás" de alguém, não gostam de traição, dissimulação ou injustiça com os mais fracos.
Nenhum filho de Ogum nasce equilibrado. Seu temperamento, difícil e rebelde, o torna, desde a infância, quase um desajustado. Entretanto, como não depende de ninguém para vencer suas dificuldades, com o crescimento vai se libertando e acomodando-se às suas necessidades. Quando os filhos de Ogum conseguem equilibrar seu gênio impulsivo com sua garra, a vida lhe fica bem mais fácil. Se ele conseguisse esperar ao menos 24 hs. para decidir, evitaria muitos revezes, muito embora, por mais incrível que pareça, são calculistas e estrategistas. Contar até 10 antes de deixar explodir sua zanga, também lhe evitaria muitos remorsos. Seu maior defeito é o gênio impulsivo e sua maior qualidade é que sempre, seja pelo caminho que for, será sempre um Vencedor.
A sua impaciência é marcante. Tem decisões precipitadas. Inicia tudo sem se preocupar como vai terminar e nem quando. Está sempre em busca do considerado o impossível. Ama o desafio. Não recusa luta e quanto maior o obstáculo mais desperta a garra para ultrapassá-lo. Como os soldados que conquistavam cidades e depois a largavam para seguir em novas conquistas, os filhos de Ogum perseguem tenazmente um objetivo: quando o atinge, imediatamente o larga e parte em procura de outro. É insaciável em suas próprias conquistas. Não admite a injustiça e costuma proteger os mais fracos, assumindo integralmente a situação daquele que quer proteger. Sabe mandar sem nenhum constrangimento e ao mesmo tempo sabe ser mandado, desde que não seja desrespeitado. Adapta-se facilmente em qualquer lugar. Come para viver, não fazendo questão da qualidade ou paladar da comida. Por ser Ogum o Orixá do Ferro e do Fogo seu filho gosta muito de armas, facas, espadas e das coisas feitas em ferro ou latão. É franco, muitas vezes até com assustadora agressividade. Não faz rodeio para dizer as coisas. Não admite a fraqueza e a falta de garra.
Têm um grave conceito de honra, sendo incapazes de perdoar as ofensas sérias de que são vítimas. São desgarrados materialmente de qualquer coisa, pessoas curiosas e resistentes, tendo grande capacidade de se concentrar num objetivo a ser conquistado, persistentes, extraordinária coragem, franqueza absoluta chegando à arrogância. Quando não estão presos a acessos de raiva, são grandes amigos e companheiros para todas as horas.
É pessoa de tipo esguio e procura sempre manter-se bem fisicamente. Adora o esporte e está sempre agitado e em movimento, tendem a ser musculosos e atléticos, principalmente na juventude, tendo grande energia nervosa que necessita ser descarregadas em qualquer atividade que não implique em desgastes físicos.
Sua vida amorosa tende a ser muito variada, sem grandes ligações perenes, mas sim superficiais e rápidas.


Na música, vários intérpretes como, por exemplo, Clara Nunes, Maria Betânia e Rita Ribeiro cantaram para Ogum. O seu mais fervoroso devoto é Jorge Ben, atual Jorge Ben Jor. Muitas falam da capacidade guerreira e de defender seus filhos contra as demandas adversas sendo muitas das vezes  cantado como São Jorge Guerreiro.

Ogum (part. Jorge Ben Jor)
(Zeca Pagodinho)

Eu sou descendente Zulú
Sou um soldado de Ogum
devoto dessa imensa legião de Jorge
Eu sincretizado na fé
Sou carregado de axé
E protegido por um cavaleiro nobre

Sim vou à igreja festejar meu protetor
E agradecer por eu ser mais um vencedor
Nas lutas nas batalhas
Sim vou no terreiro pra bater o meu tambor
Bato cabeça firmo ponto sim senhor
Eu canto pra Ogum

Ogum
Um guerreiro valente que cuida da gente que sofre demais

Ogum
Ele vem de Aruanda ele vence demanda de gente que faz

Ogum
Cavaleiro do céu escudeiro fiel mensageiro da paz

Ogum
Ele nunca balança ele pega na lança ele mata o dragão

Ogum
É quem da confiança pra uma criança virar um leão

Ogum
É um mar de esperança que traz a bonança pro meu coração
Ogum

"Deus adiante paz e guia
Encomendo-me a Deus e a virgem Maria minha mãe ..
Os doze apóstolos meus irmãos
Andarei nesse dia nessa noite
Com meu corpo cercado vigiado e protegido
Pelas as armas de são Jorge
São Jorge sentou praça na cavalaria
Eu estou feliz porque eu também sou da sua companhia"

Eu estou vestido com as roupas e as armas de Jorge
Para que meus inimigos tenham pés e não me alcancem
Tenham mãos e não me peguem e não me toquem
Tenham olhos e não me enxerguem
E nem em pensamento eles possam ter para me fazerem mal
Armas de fogo o meu corpo não alcançarão
Facas e lanças se quebrem sem o meu corpo tocar
Cordas e correntes se arrebentem se o meu corpo amarrar
Pois eu estou vestido com as roupas e as armas de Jorge
Jorge é da Capadócia.

Salve Jorge

sexta-feira, 13 de abril de 2012

OS TRÊS "DEMÔNIOS"

Por que fazemos mal aos nossos semelhantes? Por que não conseguimos amar nossos irmãos? Por que temos sempre de ficar “por cima” dos outros? Nesta terra de expiações de faltas passadas, estamos sempre aumentando nossos débitos, por que isso?
Todos os males do homem concentram-se na sua atitude interna, no egoísmo, no orgulho e na manutenção da posse de bens transitórios. O egoísmo é o pai, o orgulho a mãe e a posse o filho desnaturado da imperfeição que ainda reina nos corações terrestres. Enquanto esses três “demônios” não forem “exorcizados” da alma, não haverá elevação espiritual, o homem só perseguirá quimeras de valores para lá de duvidosos. A libertação desta “trindade profana” é necessária para passarmos da condição de espíritos inferiores que somos para espíritos em regeneração.
Saber olhar os outros e os bens da Terra com o devido mérito é questão de sabedoria e evolução. O Cristo de Deus nos disse para amealharmos tesouros no Céu, onde a traça não rói, nem o ladrão rouba, nem a ferrugem corrói. Para isso, temos de acabar com a “trindade”. Destruir o egoísmo com a caridade desinteressada, o orgulho com o perdão irrestrito e dividirmos nossos bens com todos, a fim de não haver mais o “eu” e, sim, o “nós”. A cada encarnação, somos chamados a tal trabalho, a tal colheita, a tal pescaria. Os frutos não serão outros senão a nossa própria elevação em sabedoria, moral e, principalmente, amor a toda a criação. Deus nos criou com amor e para o amor, conhecemo-lo, sabemos o que é, mas não o vivenciamos em sua plenitude, devido a tais imperfeições que ainda se prendem à nossa alma. A libertação deles nos elevará no amor divino. Quebrar os grilhões do egoísmo, serrar o madeiro do orgulho e desfazer-se de posses transitórias supérfluas é imperativo para chegarmos ao fim de toda a criação: a perfeição.
Emereciana

quarta-feira, 11 de abril de 2012

ESPIRITISMO E XIFOPAGIA

O problema da obsessão espiritual é de tão grande monta que, se o encarnado soubesse de sua extensão, nunca levantaria do dedo contra outro irmão seu. Todos um dia já sofremos e todos aqueles invigilantes o sofrerão. Pode ser um pequeno pensamento de desamor que deixa escapar e atraí um irmão sofredor que se compraz em manter o autor do pensamento na mesma vibração que a sua para não se sentir sozinho; pode ser o caso de grau mais grave como assassínio, ou pior, fratricídio ou traição moral. Casos há que chegam as raias do espírito obsessor, devido aos sentimentos mais baixos, não largar nunca o obsedado, numa verdadeira simbiose espiritual, ao ponto dos corpos astrais se unirem de tal forma que a simples tentativa de separação causaria a morte súbita do encarnado. Esse tipo de obsessão tem como resultado, no mundo carnal, ao reencarnarem compulsoriamente devido às Leis maiores do Universo, o nascimento dos chamados “gêmeos siameses”, ou xifópagos, que são espíritos tão ligados que seus corpos perispirituais não podem ser separados e somente com o vínculo carnal pode-se realizar tal feito. Os tipos mais comuns de siameses são aqueles ligados pelo plexo solar ou pela bacia, não sendo coincidência serem os locais dos centros de força mais afetados, o cardíaco e o esplênico.

Não podemos deixar de falar que também pode ocorrer má-formação congênita nos fetos, geralmente por má alimentação materna ou falta de pré-natal condizente. Isso é caso de saúde pública e cabe aos governantes darem total assistência. Tais casos são daqueles unidos somente por uma parte da carne ou do osso, comumente em gêmeos univitelinos, onde apenas um óvulo é fecundado por um ou mais espermatozoides. Difícil dizer se já estava em seus planos reencarnatórios ou se foi mesmo desvio devido às influências externas. Aqui pode ser apenas o caso de almas afins que vêm juntas para quitar débitos pretéritos ou de reencarnação compulsória de renitentes, que se aproveitaram da genética dos pais já predispostos a terem gravidezes múltiplas. Cada caso é um caso, não há como fazer uma regra para o nascimento de gêmeos, porém, casos de obsessões leves e moderadas, onde o sentimento negativo é pontual a um fato em reencarnações passadas, levam os Mestres do Mais Alto a permitirem que venham conjuntamente, apropriando-se das condições mentais dos pais, principalmente nos casos de fertilização in vitro, onde a quantidade de óvulos fecundados é maior e torna viável a reparação espiritual. Assim, a remissão dos débitos é muito mais tranquila e eficaz, pois o amor incondicional dos pais e a sua abnegação tornam-se força-motriz e exemplo prático para os pequenos devedores.

Devemos nos alegrar quando ocorrem gravidezes múltiplas e, até, a xifopagia, pois demonstra a vontade e o completo amor do Pai Criador, ao dar uma nova chance às ovelhas desgarradas do rebanho do Senhor. Tal chance transmuda o ódio em amor sublime, aquele amor filial que todos devemos ter, mas que a maioria só aprende se vier no mesmo seio familiar. Com os gêmeos, dividindo o mesmo útero, o mesmo alimento e o mesmo amor maternal, a capacidade de se amarem aumenta exponencialmente, tanto que apaga os ressentimentos que levaram a tal estágio.

Os gêmeos xifópagos podem ser separados através de técnicas cirúrgicas, na maioria dos casos com sucesso. Poucos são aqueles onde tal procedimento cirúrgico é ineficiente e acarreta a volta dos reencarnantes à pátria espiritual. O correto é sempre tentar a separação, pois, com isso, separam-se também os perispíritos dos antigos simbiontes. A mesma lei que os trouxe ao mesmo útero aqui se perfaz, pois somente na carne é que podem reparar os erros passados.
Logicamente que nem sempre a separação é feita em montes iguais, pois a xifopagia pode ser em qualquer parte do corpo. Da cabeça aos pés, dependendo de onde o espírito obsessor se prendeu na vida espiritual. Daí, com a cirurgia reparadora da carne, um poderá ficar sem parte do fígado, ou necessitar sempre de muletas, por só terem um par de pernas.

Com as modernas técnicas de cirurgia, hoje, é possível separar até mesmo siameses ligados pelo cérebro, apesar da chance de sobrevivência mínima, mas esse estágio foi por eles mesmo plantado. A simbiose intelectual, ou seja, aquela na qual a obsessão era praticamente pelo pensamento, leva a tal tipo. Essa obsessão é a mais sutil de todas, embora sutileza aqui seja como um caminhão de carga lotado batendo em um muro de concreto a toda velocidade.

Depois da separação é que vem a reparação. Como duas entidades distintas, cada gêmeo possui seu carma e débitos a pagar, muitos dos quais ligados um ao outro. Sendo que a maior parte já será paga se desenvolverem o amor incondicional e não recriminarem ou amaldiçoarem a Deus pela situação. A resignação em passar uma vida em uma parte do corpo e sem outro espírito ligado a si é a garantia de obter perdões e graças inenarráveis no outro mundo e em futuras encarnações.

A pior parte para tais espíritos enclausurados na carne não é reaprender a andar, falar ou passar pela infância, mas aprender a viverem por si mesmos, sem estarem mais unidos perispiriticamente. Tal união, se deveras prolongada, pode acarretar sérios problemas ao corpo somático daquele que mais se agarrava à união, geralmente ao obsessor desencarnado mais renitente. Os problemas podem ser de cunho material e/ou mental. Materialmente, pode-se apresentar defeitos decorrentes da separação, como falência de algum órgão ou membro, além dos próprios defeitos decorrentes da cirurgia reparadora corporal, como cicatrizes e faltas de parte do corpo. Mentalmente, pode-se apresentar em disfunções várias, como retardamento, psicoses, síndromes do pânico ou de lugares abertos. Mas mesmo aqui, vemos a lei do carma atuando, a cada um de acordo com suas obras, cada caso deve ser estudado em separado, são únicos, pois cada ser humano é único. A Ciência deve atuar conjuntamente com a Psicologia e o Espiritualismo para entender e ajuda os xifópagos a viverem com seus defeitos e aprenderem a amar, esquecendo as dificuldades inerentes ao corpo e sabendo que esta vida é apenas o pagamento dos débitos e cometimentos anteriores.

A obsessão pura e simples é fator preponderante na feitura de xifópagos, mas não a única causa. Hoje em dia, nesta era de tribulações e enganos ditos religiosos, pessoas se matam atadas às bombas mortíferas, levando, muitas vezes, dezenas de outras consigo, em nome de um deus que elas acham que assim o quer. Deus não quer que as pessoas se matem, mas que se amem, e quem desobedece, deve receber a devida corrigenda.

Nos casos dos “homens-bomba”, pode ocorrer de, quando detonado o artefato, ele criar energia suficiente, alimentada pelo ódio e incompreensão, para que alguma de suas vítimas imante-se ao suicida em um caso de amalgamento perispiritual forçado. A morte por explosão súbita leva aquele que a recebeu repentinamente a um estado de torpor e crise inesperados, porém, pode ocorrer o contrário, a vítima fica consciente da situação no segundo seguinte do ocorrido e o ódio reprimido se alevanta em seu espírito e ele se imanta ao ódio do suicida, cujo perispírito está totalmente destroçado pelos sentimentos e pelo pecado maior de tirar sua própria vida. Essa imantação deve-se por causa da lei de afinidade, ódio chama ódio, criando a mescla perispiritual e, por conseqüência, a separação no mundo astral torna-se inviável. Faz-se necessário, então, que ambos retornem à carne para serem separados. Tais entidades aprenderão com a união dos corpos a darem valor a vida alheia e a amarem o próximo como se fossem da mesma carne. Esse é o princípio, só que cada espírito é único e o desenvolvimento de tal pendor depende de si mesmo, de reformar-se intimamente e de resignar-se com a Lei do Pai Criador, até por que, como não possuem um plano reencarnatório definido – a dor e o ódio a serem superados já o são – normalmente eles voltam a Terra em famílias pobres, cujos corações são humildes ao ponto de os aceitarem e amarem. Aos pais, eles são missão, aos gêmeos, expiação.

Aas emoções sofridas pelas vítimas variam do ódio inclemente à estupefação inebriante. Poucos se dão conta do que ocorreu a elas e ficam em um estado de turbação provocada pela morte violenta e estúpida. O assassino-suicida fica em pior estado do que todas as suas vítimas juntas. A premeditação do fratricídio e o ato do suicídio em si mesmo tornam o infeliz em verdadeiro degradado do universo. Porém, entre as vítimas, pode ocorrer que um ou mais despertem do torpor pós-desencarnatório e assediem o assassino, tornando obsessor do mesmo; isso não é raro, tendo-se em conta a formação moral e religiosa do algoz e da vítima. A maioria dos “homens-bomba” são de religião maometana, onde a lei de talião é levada ao pé da letra por sacerdotes inescrupulosos, incutindo na mente da população inculta seus pontos de vista desajustados do amor de Deus. O problema aqui não é a religião em si, mas como ela é tratada e passada aos outros. Tendo por base o “olho por olho”, a vítima acha-se no direito da cobrança e reparação. Acontece que, sendo uma morte violentíssima, anatural e imprevista – para a vítima, o algoz já sabe o que o espera – o perispírito do agressor fica totalmente desbaratado, com o corpo mental em frangalhos, o que torna tal “direito de reparação” mitigado e o ódio se instala de vez na vítima. Se ela estava muito próxima do local da explosão, o seu corpo astral sofreu o mesmo impacto, igualmente sendo despedaçado. O que acontece aqui é idêntico quando se quebram dois termômetros de mercúrio no mesmo local, o metal tende-se a se aglutinar em um só. Os elementos etéreos do corpo astral reagem ao mesmo princípio. Apesar de manter consciências separadas, os perispíritos estão tão malbaratados que se unem em certos pontos e são imantados pelos sentimentos de ódio e vingança, por parte da vítima, e medo e estupefação do assassino – principalmente por não se achar no Paraíso cercado por virgens. A tal condição se faz necessária uma medida brusca, como foi a morte: o renascimento pela dor. De certo modo, ocorre a “lei de talião”, mas não do jeito intentado pela vítima, pois ela vem junto do algoz, nascendo assim como xifópagos. Acontece que nem sempre na reencarnação ambos ficam ilesos, pois ao nascerem unidos, dependendo da forma como os perispíritos estão unidos, a separação carnal se torna impossível em apenas uma vida, sendo necessárias algumas outras encarnações até a separação definitiva. Tal é o casos dos gêmeos unidos de tal forma que logo após a separação do veículo carnal da mãe, falecem de insuficiência de órgãos, seja pulmonar, coronário ou digestivo.

Os xifópagos que não há possibilidade de separação carnal por dividirem, por exemplo, um só coração e falecem logo após o nascimento, perfizeram o término do tempo de vida de um deles. Melhor explicando, no caso dos “homens-bomba”, ou a vítima ou o suicida teriam apenas realmente alguns momentos mais de vida e vieram cumpri-los, seguindo a lei da natureza, onde se deve terminar as tarefas pendentes por motivos alheios a sua vontade. Na quase totalidade de tais casos, o tempo seria da vítima, que traz o assassino junto pela união perispiritual. Aqui também temos a lei de retorno, ou casa e efeito atuando. O suicida que tirou a vida voltando junto da vítima compulsoriamente, para que este lhe retire a vida ao nascer. Tais reencarnações são compulsórias, ou seja, não há um programa a ser seguido pelos espíritos reencarnantes a não ser quitar débitos, assim, os mentores guardiães do carma escolhem os pais e cuidam para que não haja um aborto prematuro, geralmente levando-os a locais onde não haja tecnologia suficiente para detectar a xifopagia antes e inculcar na mente dos genitores a noção do aborto como misericórdia, ou em locais onde o aborto é criminalizado moral, legal e religiosamente. Porém, mesmo aqui, há o livre-arbítrio e os pais podem não querer cuidar deles e os abortam, gerando muito mais dissabores aos quatro.

terça-feira, 10 de abril de 2012

ESPIRITISMO E MAGIA NEGRA

O assunto Magia Negra ainda não foi convenientemente estudado pelos praticantes do Espiritismo. Há espíritas que não acreditam na possibilidade da existência dos conjuros, ou trabalhos feitos, como é conhecida a Magia Negra. Mas, um estudo cuidadoso da teoria de O Livro dos Espíritos, e de algumas citações feitas por Allan Kardec na Revista Espírita, mostra que essas manobras mediúnicas, com a finalidade de prejudicar o próximo, são perfeitamente possíveis.
A Magia Negra, ou conjuro, ainda é um tema que desperta curiosidade. Mas, será que a macumba existe mesmo? Ou a crença na sua existência seria produto da ignorância ou superstição? Estas perguntas vem sendo feitas com frequência por quem participa dos trabalhos práticos de Espiritismo, sem que se possa encontrar respostas convincentes. Há pessoas que simplesmente não acreditam. Outras, dizem que a prática do bem poderia livrar-lhes destes malefícios.
Destacamos a seguir, um trecho da pergunta 549 de 0 Livro dos Espíritos, para demonstrar que ali está a definição óbvia do que é a magia. Acreditamos que essa questão, se examinada à luz da razão e da experimentação, poderá ser resolvida de maneira lógica. O raciocínio e a experiência têm nos fornecido elementos seguros para afirmarmos que a Magia Negra é um tipo de obsessão grave e que merece a atenção de todo trabalhador espírita sincero.

Questão 549 - Há alguma coisa de verdadeiro nos pactos com os maus Espíritos?
Resposta - Não, não há pactos, mas uma natureza má simpatiza com Espíritos maus. Por exemplo: queres atormentar o teu vizinho e não sabes como fazê-lo; chamas então os Espíritos inferiores que, como tu, só querem o mal; e para te ajudar querem também que os sirva com seus maus desígnios. Mas disso não se segue que o teu vizinho não possa se livrar deles, por uma conjuração contrária ou pela sua própria vontade. Aquele que deseja cometer uma ação má, pelo simples fato de o querer chama em seu auxílio os maus Espíritos, ficando obrigado a servi-los como eles o auxiliam, pois eles também necessitam dele para o mal que desejam fazer. É somente nisso que constitui o pacto. 

No trecho citado, o Espírito de Verdade demonstra de maneira muito clara que é possível uma criatura evocar maus Espíritos para ajudá-la a causar mal a uma outra pessoa. A resposta esclarece ainda, que este ato pode ser realizado por uma sequência de procedimentos conhecidos como conjuração*.
Vai mais longe dizendo que a pessoa atingida pelo malefício, poderá se livrar dele, por uma vontade poderosa ou por uma conjuração contrária àquela que foi usada para fazê-lo. Um desconjuro, que nos terreiros de Umbanda se chama: desmanche.
Na questão 551, pergunta-se ao Espírito de Verdade, se alguém poderia fazer mal ao seu próximo, com auxílio de um Espírito mau que lhe fosse devotado. A resposta do Consolador é taxativa:  Não, Deus não o permitiria. Aparentemente parece encerrar a questão. Entretanto, continuando o estudo vemos que ainda temos muito a aprender.
Recordando as bases nas quais se assentam os argumentos a favor da Doutrina, lembramos da conhecida citação de Moisés, em que ele proibia o contato com os mortos. Vozes sábias afirmaram que o legislador hebreu somente proibiria algo que fosse possível acontecer; depondo assim a favor da comunicabilidade dos Espíritos.
As palavras do Consolador em relação à possibilidade de alguém valer-se de um Espírito inferior para fazer mal ao seu próximo é uma situação semelhante. Deus só não permitiria, uma coisa que fosse possível acontecer, o que por si mesmo, testifica a possibilidade da ocorrência do fenômeno obsessivo.
Continuemos: quando o Espírito de Verdade responde que Deus não o permitiria, parece se contradizer, pois há duas questões atrás, na 549, Ele disse que o conjuro é possível, e até demonstra como é que uma vítima pode se livrar dele. Aqui, na 551 diz que Deus não o permitiria. Ora; se Deus não o permitiria não haveria necessidade, nem razão, para Ele (O Espírito de Verdade), explicar lá atrás, as formas de libertação do conjuro. Seria perda de tempo e o Espírito Consolador não veio a isso. Certamente tem alguma coisa a mais no ensinamento que passou despercebida. Procuremos!  Examinando os textos das perguntas seguintes, vamos encontrar a resposta a nossas dúvidas. Na questão 557, a Verdade explica: "Deus não ouve uma maldição injusta". Isso quer dizer que permite uma maldição justa, ou seja, quando o indivíduo de alguma forma, ou por alguma razão, mereça aquele mal.
No final do mesmo texto o Espírito de Verdade deixa ainda mais claro: "A Providência e a justiça Divina não ferem alguém que foi amaldiçoado, se a pessoa não for má". E elucida ainda: "... a proteção Divina, não cobre aqueles que não o mereçam".

Vejamos  a questão 557 na íntegra:

Pergunta: A bênção e a maldição podem atrair o bem e o mal para aqueles a quem são lançadas?
Resposta - Deus não ouve uma maldição injusta, e aquele que a pronuncia é culpável aos seus olhos. Como temos as tendências opostas do bem e do mal, pode nestes casos haver uma influência momentânea, mesmo sobre a matéria; mas essa influência nunca se verifica sem a permissão de Deus, como acréscimo de provas para aquele que a sofre. De resto, mais frequentemente se maldizem os maus e bendizem os bons. A bênção e a maldição não podem jamais desviar a Providência da senda da justiça: esta não fere o amaldiçoado se ele não for mau, e sua proteção não cobre aquele  que não a mereça.

Entende-se, pois, que o Espírito de Verdade não entrou em contradição, como se poderia pensar a princípio. O Livro dos Espíritos é que precisa ser estudado com mais atenção. Não se pode entender uma questão analisando-a fora do contexto geral do qual faz parte.
A macumba ou conjuração é possível sim. Deus, porém, não permite que este tipo de maldição caia sobre alguém que não a mereça. Eis a verdade! 
O que é a Magia? No sentido literal ela não existe. Segundo Allan Kardec, todos os fenômenos espirituais têm uma explicação lógica. Mais uma vez, a Verdade nos traz luz na questão 552 de O Livro dos Espíritos. Faz compreendermos que: "...algumas pessoas têm um poder magnético muito grande, do qual podem fazer mau uso, se seu próprio Espírito for mau. Nestes casos, poderão ser secundadas por maus Espíritos".
Mostra ainda, que não se trata de magia sobrenatural, mas de efeitos decorrentes das leis naturais, mal observadas e compreendidas. Aliando o conteúdo desta questão àquela primeira, a 549, temos a figura inegável do feitiço e do feiticeiro.
Exercitemos a razão: o que é o mal? Sabemos que é uma fase transitória do bem! Existe o bem e o mal? Não, só existe o bem! Os Espíritos, quando em suas fases primárias da evolução, passam pelo caminho da ignorância, constituindo temporariamente o mal. É tudo uma questão de posicionamento de idéias. Quando na ignorância, o Espírito obra o mal; quando no entendimento, o bem. As leis que regem as ações, tanto numa área como na outra, são as mesmas. Isto equivale dizer que, pelo menos teoricamente, tudo o que magneticamente se pode fazer no campo do bem, pode-se também fazer no campo do mal.
Num processo inverso ao que utilizamos nos centros espíritas, pessoas de mentalidade doentia, cheias de maus pensamentos, dotadas de grande poder magnético, com más intenções, secundadas por maus Espíritos, podem arremessar cargas fluídicas negativas sobre aqueles a quem querem prejudicar.
A mediunidade é uma faculdade, um instrumento, que pode ser usado de forma certa ou errada, assim como tantos outros, onde as obras dependem do pensamento de quem as maneja. A natureza do mundo astral é una. Suas leis são únicas e servem tanto para reger a movimentação de fluidos e vibrações positivas como negativas. Entre os fluidos bons e maus, só existe uma diferença: a natureza das vibrações que o impregnam, alterando a disposição de suas moléculas primitivas. Usando uma grosseira imagem: é como água limpa e água suja. Tudo o que se pode fazer com uma, pode-se fazer com a outra.
Onde, pois, o impedimento? Não vemos nenhum; ou seja, quase nenhum! O único impedimento possível está nos aspectos morais que regem a vida, pois são eles que determinam a afinidade e o merecimento - citados anteriormente - que facilitarão ou dificultarão a recepção das vibrações e fluidos deletérios.
É evidente que a ação da ignorância e a movimentação do mal é limitada e controlada pelo Bem, a única realidade. Mas, a ignorância encontra largo acesso em nós, por causa do atraso evolutivo em que ainda nos posicionamos, pelas próprias disposições cármicas, e pelo próprio comportamento atual em face do livre arbítrio.
Podemos definir o conjuro como sendo uma forma de obsessão provocada. E, não se trata de uma obsessão muito simples, nem fácil de se tratar como comumente se pensa. Em alguns desses casos, podem estar envolvidos Espíritos habitantes do baixo mundo astral, espertos e maliciosos, com os quais é difícil se lidar.
Nos terreiros mais evoluídos de Umbanda, os trabalhadores e dirigentes possuem bom entendimento neste campo. Identificam essas obsessões com habilidade, as pessoas encarnadas envolvidas, e, não raro, curam definitivamente o mal. Um Centro Espírita sério, digno do nome de Allan Kardec, pode identificar e tratar com precisão, os trabalhos inferiores. Em suas obras, deixou todos os caminhos para se compreender os fenômenos mediúnicos e os cuidados que devemos ter no trato com os Espíritos, inclusive os maus e estudou com profundidade essas situações. Temos portanto, apenas que dar a devida atenção a elas. 

* Questão 553-a.

Por
José Queid Tufaile Huaixan
Grupo Espírita Bezerra de Menezes

quinta-feira, 8 de março de 2012

A REENCARNAÇÃO HUMANA POR GABRIEL DELLANE

Se a alma habitou a terra antes do nascimento corporal, porque não existe em cada um de nós a recordação das vidas anteriores? A resposta é muito simples, e é, porque as condições que presidem à renovação da recordação, não se preenchem devidamente. Não é necessário construir hipóteses para tornar evidente este argumento, pois basta atender simplesmente ao que ocorre na vida normal. Assim é de observação corrente, que os sonhos em geral não deixam recordação ao despertar e que muitos períodos da nossa existência actual se apagam também da consciência, que resulta impossível fazê-los reviver por meio da vontade. No entanto, estas recordações não se perderam e pode-se encontrá-las na íntegra no sono sonâmbulico, quando se restabelece o perispírito nas mesmas condições dinâmicas que possuia quando teve lugar a percepção. M. Pitre e a sua escola, os Dres. Bourru y Burot y M. Paul Janet colocaram este facto fora de qualquer discussão e não existe magnetizador que ignore que um dos caracteres mais constantes do sonambulismo é o esquecimento ao despertar. Colocado de novo sob o sujeito no segundo estado recobra o conhecimento de quanto disse e fez durante os demais sonhos magnéticos. Existem, portanto, séries de memórias que coexistem no mesmo sujeito e que se ignoram completa e absolutamente. Nestas condições, é fácil de compreender que se é exata a hipótese das vidas sucessivas, é-o também o facto de geralmente , ser impossível de recordar os acontecimentos de uma vida anterior, pois o movimento vibratório do envoltório periespiritual unida à matéria e que é próprio desta encarnação, difere significativamente do que possuia numa vida anterior, não se conseguindo a renovação de recordações, porque falta o mínimo de intensidade e de duração características das vibrações daquela época.
Esta imensa reserva de matéria psíquica constituirá a base da nossa individualidade intelectual e moral, e formará a trama da inteligência, mais ou menos rica, sobre a qual borda cada vida novos arabescos. Mas todas estas aquisições não podem manifestar-se de outra forma, que por meio das tendências primitivas que cada um traz ao nascer e que se denominam o caráter. A partir de então, deve existir a mais perfeita inconsciência, e isto é precisamente o que acontece. Mas esta regra tem alguma excepção, pois do mesmo modo que em certos sujeitos se conservou a recordação ao despertar, assim também podem encontrar-se indíviduos que se lembrem de ter vivido. Em alguns, este despertar de antigas sensações ocorre de forma natural.

Apesar do meu desejo em ser o mais sucinto possível, não posso deixar de falar dos casos relativamente numerosos que chegaram ao meu conhecimento e que parecem apoiar de um modo firme a teoria da reencarnação. Semelhante crença é uma evolução contínua do princípio inteligente, tem sido (com ligeiras variantes) a crença dos povos da Índia, dos sacerdotes egípcios, dos druidas e de uma parte dos filósofos gregos. Pitágoras, desafiando a ironia dos seus contemporâneos tinha o costume de dizer publicamente  que se recordava de ter sido Hermotimo, Euforbio e um Argonauta.

Juliano o Apóstata recordava-se de ter sido Alejandro de Macedônia. Empédocles afirma "que se recordava de ter sido varão e fêmea". Mas, como nada sabemos referente às circunstâncias que puderam determinar estas afirmações, passaremos aos escritores dos nossos dias que relatam factos da mesma ordem.

Entre os modernos, o grande poeta Lamartine afirma, na sua Voyage au Orient (Viagem ao Oriente) ter tido reminiscências muito claras. Aqui está sua declaração. "Eu não tinha na Judéia nem Bíblia, nem guia algum para me dar o nome dos locais e o antigo nome dos vales e montanhas e, no entanto, reconheci imediatamente o vale de Terebinto e o campo de batalha de Saúl. Ao chegar ao convento os padres confirmaram a exatitude das minhas previsões, encontrando-se os meus companheiros tão assombrados que não podiam acreditar. Do mesmo modo em Séfora tinha designado com o dedo e indicado com o seu próprio nome a uma colina coroada pelo meu castelo arruinado, citando-a como o local provável do nascimento da Virgem. No dia seguinte reconheci ao pé de uma montanha árida, o túmulo dos Macabeos. Com exceção dos vales do Líbano, etc, apenas encontrei na Judéia um lugar, ou uma coisa que não foi para mim uma lembrança. Já vivemos uma vez ou duas mil? A nossa memória não é mais do que uma imagem escura que o sopro de Deus reanima?

Estas reminiscências não podem ser devidas ao despertar de recordações procedentes de leituras, pois a Bíblia, não faz a descrição exata das paisagens em que ocorrem as cenas históricas, encontrando-se simplesmente nela o relato dos acontecimentos. Podem atribuir-se estas intuições tão exatas e precisas a uma clarividência manifestada durante o sonho?

Gabriel Dellane
In As Vidas Sucessivas, 1898

terça-feira, 6 de março de 2012

OS SINAIS APOCALÍPTICOS E O NÚMERO 666

A RELIGIÃO ROMANA é uma instituição em que predominam o SÍMBOLO E O MISTÉRIO.
Todos os seus sacramentos são sinais: o batismo é um sinal (diz o catecismo); a crisma é um sinal; o casamento é um sinal; enfim, todos os seus ritos não passam de sinais dos dogmas decretados pelos papas e pelos concílios, dogmas que têm por explicação final: MISTÉRIO!
O próprio "deus" concebido pelo Catolicismo de Roma não passa de um MISTÉRIO. "Em Deus há três pessoas, que formam o MISTÉRIO da Santíssima Trindade", diz o Catecismo.
Sendo os MISTÉRIOS diversos, os SINAIS também são muitos, para que cada sinal possa representar um mistério.   
Assim, temos o batismo, com um sinal na cabeça (a água); a crisma, com um sinal na face; e o casamento, com um sinal na mão, e assim por diante. Por sua vez os sacerdotes são assinalados na cabeça - a tonsura - para representar a auréola da santidade; os graduados, como os cônegos, monsenhores, bispos, trazem o anel na mão direita. E, para que possam exercer o seu comércio, quer dizer, as suas relações religiosas, é indispensável o SINAL. Por exemplo: um homem ou mulher que não sejam batizados ou não sejam católicos romanos não podem participar dos sacramentos, nem mesmo indiretamente, como para batizar uma criança.
O que não tiver ordens, anel ou tonsura, não pode ministrar as "graças de Deus". "É preciso ter o nome da BESTA ou o seu número", diz o cap. XIII, 17.
Dito isto, passemos a esquadrinhar, com ESPÍRITO de sabedoria, o número 666, que é portador de grandes revelações.
Sendo ROMA a única cidade no mundo assentada sobre sete montes, e afirmando o anjo que "as sete cabeças são os sete montes sobre que está sentada a mulher", (1) vamos a ver se ela tem o número fatídico, visto pelo profeta.
(1) - Apocalipse, XVII, 9 e 10.
ROMA, em hebraico, é ROMIITH. Se aproveitarmos as letras-algarismos, usadas em hebraico, e as somarmos, verificaremos que coincidem, exatamente, com a vidência do apóstolo.
Assim:
 R      O    M        I       I      TH
200 + 6 + 40 + 10 + 10 + 400 = 666
Mas S. João acrescenta que o número da BESTA é número de um homem (2).
(4)   - Apocalipse, XIII,18.
Ora, ninguém ignora que o PAPA se intitula: VICARIVS GENERALIS DEI IN TERRIS: VICARIVS FILII DEI; DVX CLERI, (que significam: Vigário Geral de Deus na Terra; Vigário do Filho de Deus, Príncipe Chefe do Clero).
Aproveitando, em cada um desses títulos as letras que têm valor como algarismos romanos (desprezadas as mais), temos, do primeiro:
V    I      C        I    V     L     I      D        I     I      I
5 + 1 + 100 +1 + 5 + 50 + 1 + 500 + 1 + 1 + 1 = 666
Do segundo:
V    I      C        I    V      I    L      I       I     D      I
5 + 1 + 100 + 1 + 5 + 1 + 50 + 1+ 1 + 500 +1= 666
Do terceiro:
D       V     X    C     L    I
500+5 + 10+100+50+1=666
Também ninguém ignora que o idioma que a Igreja de Roma usa, em todos os seus atos oficiais, é o latino, e S. Irineu, discípulo de Policarpo, lembra o nome grego LATEINOS, isto é, latino, como satisfazendo plenamente a interpretação do enigma 666, proposto por S. João.

L      A     T       E      I     N      O      S
30 + 1 + 300 + 5 + 10 + 50 + 70 + 200 = 666

E já que analisamos o alfabeto grego para a interpretação da numeração apocalíptica, não nos esqueçamos de que TEITAN (grego) significa SATANÁS, e a soma das letras daquela palavra dá 666.

T      E   I     T      A   N
300+5+10+300+1+50=666

Satanás é uma expressão bíblica, que longe de intitular um ente eternamente devotado ao mal, quer dizer adversário, inimigo do Bem, da Verdade.
Que o Catolicismo, com os seus dogmas, cultos e mistérios, é o Teitan (adversário) do Cristianismo, ninguém ousará negar. E como a soma dos números-letras do Papado dá o mesmo produto, ou representa a mesma cousa que os de TEITAN...
É interessante, ainda, a coincidência que se dá com a palavra ROMA, cujas letras estão colocadas em sentido inverso da palavra AMOR.
Quereria o "destino", em sua sábia previdência, demonstrar que ROMA, apesar de se inculcar DIVINA, seria o inverso, a antítese da Divindade?

Cairbar Schütel,
in Interpretação Sintética do Apocalipse, Ed. O Clarim 1918