O problema da obsessão espiritual é de tão grande monta que, se o encarnado soubesse de sua extensão, nunca levantaria do dedo contra outro irmão seu. Todos um dia já sofremos e todos aqueles invigilantes o sofrerão. Pode ser um pequeno pensamento de desamor que deixa escapar e atraí um irmão sofredor que se compraz em manter o autor do pensamento na mesma vibração que a sua para não se sentir sozinho; pode ser o caso de grau mais grave como assassínio, ou pior, fratricídio ou traição moral. Casos há que chegam as raias do espírito obsessor, devido aos sentimentos mais baixos, não largar nunca o obsedado, numa verdadeira simbiose espiritual, ao ponto dos corpos astrais se unirem de tal forma que a simples tentativa de separação causaria a morte súbita do encarnado. Esse tipo de obsessão tem como resultado, no mundo carnal, ao reencarnarem compulsoriamente devido às Leis maiores do Universo, o nascimento dos chamados “gêmeos siameses”, ou xifópagos, que são espíritos tão ligados que seus corpos perispirituais não podem ser separados e somente com o vínculo carnal pode-se realizar tal feito. Os tipos mais comuns de siameses são aqueles ligados pelo plexo solar ou pela bacia, não sendo coincidência serem os locais dos centros de força mais afetados, o cardíaco e o esplênico.
Não podemos deixar de falar que também pode ocorrer má-formação congênita nos fetos, geralmente por má alimentação materna ou falta de pré-natal condizente. Isso é caso de saúde pública e cabe aos governantes darem total assistência. Tais casos são daqueles unidos somente por uma parte da carne ou do osso, comumente em gêmeos univitelinos, onde apenas um óvulo é fecundado por um ou mais espermatozoides. Difícil dizer se já estava em seus planos reencarnatórios ou se foi mesmo desvio devido às influências externas. Aqui pode ser apenas o caso de almas afins que vêm juntas para quitar débitos pretéritos ou de reencarnação compulsória de renitentes, que se aproveitaram da genética dos pais já predispostos a terem gravidezes múltiplas. Cada caso é um caso, não há como fazer uma regra para o nascimento de gêmeos, porém, casos de obsessões leves e moderadas, onde o sentimento negativo é pontual a um fato em reencarnações passadas, levam os Mestres do Mais Alto a permitirem que venham conjuntamente, apropriando-se das condições mentais dos pais, principalmente nos casos de fertilização in vitro, onde a quantidade de óvulos fecundados é maior e torna viável a reparação espiritual. Assim, a remissão dos débitos é muito mais tranquila e eficaz, pois o amor incondicional dos pais e a sua abnegação tornam-se força-motriz e exemplo prático para os pequenos devedores.
Devemos nos alegrar quando ocorrem gravidezes múltiplas e, até, a xifopagia, pois demonstra a vontade e o completo amor do Pai Criador, ao dar uma nova chance às ovelhas desgarradas do rebanho do Senhor. Tal chance transmuda o ódio em amor sublime, aquele amor filial que todos devemos ter, mas que a maioria só aprende se vier no mesmo seio familiar. Com os gêmeos, dividindo o mesmo útero, o mesmo alimento e o mesmo amor maternal, a capacidade de se amarem aumenta exponencialmente, tanto que apaga os ressentimentos que levaram a tal estágio.
Os gêmeos xifópagos podem ser separados através de técnicas cirúrgicas, na maioria dos casos com sucesso. Poucos são aqueles onde tal procedimento cirúrgico é ineficiente e acarreta a volta dos reencarnantes à pátria espiritual. O correto é sempre tentar a separação, pois, com isso, separam-se também os perispíritos dos antigos simbiontes. A mesma lei que os trouxe ao mesmo útero aqui se perfaz, pois somente na carne é que podem reparar os erros passados.
Logicamente que nem sempre a separação é feita em montes iguais, pois a xifopagia pode ser em qualquer parte do corpo. Da cabeça aos pés, dependendo de onde o espírito obsessor se prendeu na vida espiritual. Daí, com a cirurgia reparadora da carne, um poderá ficar sem parte do fígado, ou necessitar sempre de muletas, por só terem um par de pernas.
Com as modernas técnicas de cirurgia, hoje, é possível separar até mesmo siameses ligados pelo cérebro, apesar da chance de sobrevivência mínima, mas esse estágio foi por eles mesmo plantado. A simbiose intelectual, ou seja, aquela na qual a obsessão era praticamente pelo pensamento, leva a tal tipo. Essa obsessão é a mais sutil de todas, embora sutileza aqui seja como um caminhão de carga lotado batendo em um muro de concreto a toda velocidade.
Depois da separação é que vem a reparação. Como duas entidades distintas, cada gêmeo possui seu carma e débitos a pagar, muitos dos quais ligados um ao outro. Sendo que a maior parte já será paga se desenvolverem o amor incondicional e não recriminarem ou amaldiçoarem a Deus pela situação. A resignação em passar uma vida em uma parte do corpo e sem outro espírito ligado a si é a garantia de obter perdões e graças inenarráveis no outro mundo e em futuras encarnações.
A pior parte para tais espíritos enclausurados na carne não é reaprender a andar, falar ou passar pela infância, mas aprender a viverem por si mesmos, sem estarem mais unidos perispiriticamente. Tal união, se deveras prolongada, pode acarretar sérios problemas ao corpo somático daquele que mais se agarrava à união, geralmente ao obsessor desencarnado mais renitente. Os problemas podem ser de cunho material e/ou mental. Materialmente, pode-se apresentar defeitos decorrentes da separação, como falência de algum órgão ou membro, além dos próprios defeitos decorrentes da cirurgia reparadora corporal, como cicatrizes e faltas de parte do corpo. Mentalmente, pode-se apresentar em disfunções várias, como retardamento, psicoses, síndromes do pânico ou de lugares abertos. Mas mesmo aqui, vemos a lei do carma atuando, a cada um de acordo com suas obras, cada caso deve ser estudado em separado, são únicos, pois cada ser humano é único. A Ciência deve atuar conjuntamente com a Psicologia e o Espiritualismo para entender e ajuda os xifópagos a viverem com seus defeitos e aprenderem a amar, esquecendo as dificuldades inerentes ao corpo e sabendo que esta vida é apenas o pagamento dos débitos e cometimentos anteriores.
A obsessão pura e simples é fator preponderante na feitura de xifópagos, mas não a única causa. Hoje em dia, nesta era de tribulações e enganos ditos religiosos, pessoas se matam atadas às bombas mortíferas, levando, muitas vezes, dezenas de outras consigo, em nome de um deus que elas acham que assim o quer. Deus não quer que as pessoas se matem, mas que se amem, e quem desobedece, deve receber a devida corrigenda.
Nos casos dos “homens-bomba”, pode ocorrer de, quando detonado o artefato, ele criar energia suficiente, alimentada pelo ódio e incompreensão, para que alguma de suas vítimas imante-se ao suicida em um caso de amalgamento perispiritual forçado. A morte por explosão súbita leva aquele que a recebeu repentinamente a um estado de torpor e crise inesperados, porém, pode ocorrer o contrário, a vítima fica consciente da situação no segundo seguinte do ocorrido e o ódio reprimido se alevanta em seu espírito e ele se imanta ao ódio do suicida, cujo perispírito está totalmente destroçado pelos sentimentos e pelo pecado maior de tirar sua própria vida. Essa imantação deve-se por causa da lei de afinidade, ódio chama ódio, criando a mescla perispiritual e, por conseqüência, a separação no mundo astral torna-se inviável. Faz-se necessário, então, que ambos retornem à carne para serem separados. Tais entidades aprenderão com a união dos corpos a darem valor a vida alheia e a amarem o próximo como se fossem da mesma carne. Esse é o princípio, só que cada espírito é único e o desenvolvimento de tal pendor depende de si mesmo, de reformar-se intimamente e de resignar-se com a Lei do Pai Criador, até por que, como não possuem um plano reencarnatório definido – a dor e o ódio a serem superados já o são – normalmente eles voltam a Terra em famílias pobres, cujos corações são humildes ao ponto de os aceitarem e amarem. Aos pais, eles são missão, aos gêmeos, expiação.
Aas emoções sofridas pelas vítimas variam do ódio inclemente à estupefação inebriante. Poucos se dão conta do que ocorreu a elas e ficam em um estado de turbação provocada pela morte violenta e estúpida. O assassino-suicida fica em pior estado do que todas as suas vítimas juntas. A premeditação do fratricídio e o ato do suicídio em si mesmo tornam o infeliz em verdadeiro degradado do universo. Porém, entre as vítimas, pode ocorrer que um ou mais despertem do torpor pós-desencarnatório e assediem o assassino, tornando obsessor do mesmo; isso não é raro, tendo-se em conta a formação moral e religiosa do algoz e da vítima. A maioria dos “homens-bomba” são de religião maometana, onde a lei de talião é levada ao pé da letra por sacerdotes inescrupulosos, incutindo na mente da população inculta seus pontos de vista desajustados do amor de Deus. O problema aqui não é a religião em si, mas como ela é tratada e passada aos outros. Tendo por base o “olho por olho”, a vítima acha-se no direito da cobrança e reparação. Acontece que, sendo uma morte violentíssima, anatural e imprevista – para a vítima, o algoz já sabe o que o espera – o perispírito do agressor fica totalmente desbaratado, com o corpo mental em frangalhos, o que torna tal “direito de reparação” mitigado e o ódio se instala de vez na vítima. Se ela estava muito próxima do local da explosão, o seu corpo astral sofreu o mesmo impacto, igualmente sendo despedaçado. O que acontece aqui é idêntico quando se quebram dois termômetros de mercúrio no mesmo local, o metal tende-se a se aglutinar em um só. Os elementos etéreos do corpo astral reagem ao mesmo princípio. Apesar de manter consciências separadas, os perispíritos estão tão malbaratados que se unem em certos pontos e são imantados pelos sentimentos de ódio e vingança, por parte da vítima, e medo e estupefação do assassino – principalmente por não se achar no Paraíso cercado por virgens. A tal condição se faz necessária uma medida brusca, como foi a morte: o renascimento pela dor. De certo modo, ocorre a “lei de talião”, mas não do jeito intentado pela vítima, pois ela vem junto do algoz, nascendo assim como xifópagos. Acontece que nem sempre na reencarnação ambos ficam ilesos, pois ao nascerem unidos, dependendo da forma como os perispíritos estão unidos, a separação carnal se torna impossível em apenas uma vida, sendo necessárias algumas outras encarnações até a separação definitiva. Tal é o casos dos gêmeos unidos de tal forma que logo após a separação do veículo carnal da mãe, falecem de insuficiência de órgãos, seja pulmonar, coronário ou digestivo.
Os xifópagos que não há possibilidade de separação carnal por dividirem, por exemplo, um só coração e falecem logo após o nascimento, perfizeram o término do tempo de vida de um deles. Melhor explicando, no caso dos “homens-bomba”, ou a vítima ou o suicida teriam apenas realmente alguns momentos mais de vida e vieram cumpri-los, seguindo a lei da natureza, onde se deve terminar as tarefas pendentes por motivos alheios a sua vontade. Na quase totalidade de tais casos, o tempo seria da vítima, que traz o assassino junto pela união perispiritual. Aqui também temos a lei de retorno, ou casa e efeito atuando. O suicida que tirou a vida voltando junto da vítima compulsoriamente, para que este lhe retire a vida ao nascer. Tais reencarnações são compulsórias, ou seja, não há um programa a ser seguido pelos espíritos reencarnantes a não ser quitar débitos, assim, os mentores guardiães do carma escolhem os pais e cuidam para que não haja um aborto prematuro, geralmente levando-os a locais onde não haja tecnologia suficiente para detectar a xifopagia antes e inculcar na mente dos genitores a noção do aborto como misericórdia, ou em locais onde o aborto é criminalizado moral, legal e religiosamente. Porém, mesmo aqui, há o livre-arbítrio e os pais podem não querer cuidar deles e os abortam, gerando muito mais dissabores aos quatro.
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