sábado, 7 de outubro de 2017

Simillimum em Homeopatia



Simillimum

“Aquele medicamento cuja patogenesia melhor coincidir com as manifestações psíquicas, gerais e locais, apresentadas por um doente, será o simillimum deste doente. A finalidade primordial de todo homeopata é saber reconhecer a patogenesia que melhor se adapta aos sinais e sintomas clínicos presentes” conforme Anna Kossak. Em Homeopatia, para tornar possível a identificação do simillimum (base do tratamento), impõe-se acrescentar às manifestações próprias da doença outras pertencentes a reação individual do doente, que traduzem o seu modo de reagir frente à agressão,  individualizando ou distinguindo-o dentro do diagnóstico através de modalidades, sensações, concomitância e desvios de comportamento. Hipócrates (460-377 aC), considerado o Pai da Medicina, adota a terapêutica  da cura através dos semelhantes, onde escreve que “a doença produzida pelo semelhante, por ela se faz curar”. A forma Similia similbus curentur ou "sejam os semelhantes curados pelos semelhantes" foi adotada posteriormente por Hahnemann (1755-1843), onde cita “...a totalidade dos sintomas deve ser o principal e único meio pelo qual a enfermidade dá a conhecer o medicamento de que necessita - o único meio que determina a escolha do medicamento mais apropriado - a única coisa que o médico deve ver em cada caso de doença, e afastar pela sua arte, a fim de curar a doença e transformá-la em saúde”. §7º. “...nomes de doenças, inúteis e mal empregados, não devem influenciar no tratamento a ser dado pelo médico, que sabe que tem que julgar e curar doenças, de acordo com a totalidade dos sinais do estado individual de cada paciente”. §81º. Assim a energia do remédio entrará em ressonância com a energia do ser vivo, sobrepujando-a, o que forçará a superá-la. Ou seja, a força vital ou inteligente do ser vivo, seu padrão vibracional será estimulado a vencer a doença semelhante artificial, levando ao processo de autocura. O medicamento identificado, o simillimum, será administrado como um único remédio, sem interferência de outro, no qual, constitui requisito da lei da semelhança,  o mais importante sob o ponto de vista da Homeopatia. Para Gheorghe Jurj, não existe um único medicamento para a vida toda, defendendo a ideia de que “as pessoas não são um medicamento, mas elas se encontram em um medicamento”. Segundo sua prática clínica médica, um medicamento, de acordo com a semelhança do caso, pode ajudar um indivíduo durante um longo tempo, mas isso não constituiria prova de existência de um “simillimum eterno”. Assim, poderá ocorrer determinadas situações como nos casos agudos, a título de exemplo: uma febre, uma dor de cabeça, na qual um determinado medicamento  cobrirá todos os sintomas da febre ou da dor de garganta, ou a maioria deles, então esse será o simillimum eleito,  capaz de agir na força  vital. No estado crônico ou em uma doença de longa permanência, a seleção do medicamento indicado será a mesma. Portanto o medicamento que for capaz de cobrir a maioria ou todos os sintomas específicos de um indivíduo será então o seu simillimum.



BIBLIOGRAFIA


HAHNEMANN, Samuel, Exposição da Doutrina Homeopática ou Organon da Arte de Curar , 5ª Ed. GEHSP Benoit Mure, 2013

JURJ, Gheorghe, com Waisse, Silvia, Clínica Homeopática Prática Ed. Organon São Paulo 2011

KOSSAK-ROMANACH, Anna, Homeopatia em 1000 Conceitos, 3ª Ed. ELCID 2003
___________ , Esboço Histórico sobre a "Lei do Semelhante",  disponível em www.revistas.usp.br/revistadc/article/download/58036/61074 acessado em 07/09/2016.