Simillimum
“Aquele medicamento cuja
patogenesia melhor coincidir com as manifestações psíquicas, gerais e locais,
apresentadas por um doente, será o simillimum deste doente. A finalidade
primordial de todo homeopata é saber reconhecer a patogenesia que melhor se
adapta aos sinais e sintomas clínicos presentes” conforme Anna Kossak. Em
Homeopatia, para tornar possível a identificação do simillimum (base do tratamento),
impõe-se acrescentar às manifestações próprias da doença outras pertencentes a
reação individual do doente, que traduzem o seu modo de reagir frente à
agressão, individualizando ou
distinguindo-o dentro do diagnóstico através de modalidades, sensações,
concomitância e desvios de comportamento. Hipócrates (460-377 aC), considerado
o Pai da Medicina, adota a terapêutica da cura através dos semelhantes, onde escreve
que “a doença produzida pelo semelhante, por ela se faz curar”. A forma Similia
similbus curentur ou "sejam os semelhantes curados pelos semelhantes"
foi adotada posteriormente por Hahnemann (1755-1843), onde cita “...a
totalidade dos sintomas deve ser o principal e único meio pelo qual a
enfermidade dá a conhecer o medicamento de que necessita - o único meio que
determina a escolha do medicamento mais apropriado - a única coisa que o médico
deve ver em cada caso de doença, e afastar pela sua arte, a fim de curar a
doença e transformá-la em saúde”. §7º. “...nomes de doenças, inúteis e mal
empregados, não devem influenciar no tratamento a ser dado pelo médico, que
sabe que tem que julgar e curar doenças, de acordo com a totalidade dos sinais
do estado individual de cada paciente”. §81º. Assim a energia do remédio
entrará em ressonância com a energia do ser vivo, sobrepujando-a, o que forçará
a superá-la. Ou seja, a força vital ou inteligente do ser vivo, seu padrão
vibracional será estimulado a vencer a doença semelhante artificial, levando ao
processo de autocura. O medicamento identificado, o simillimum, será
administrado como um único remédio, sem interferência de outro, no qual,
constitui requisito da lei da semelhança,
o mais importante sob o ponto de vista da Homeopatia. Para Gheorghe
Jurj, não existe um único medicamento para a vida toda, defendendo a ideia de
que “as pessoas não são um medicamento, mas elas se encontram em um
medicamento”. Segundo sua prática clínica médica, um medicamento, de acordo com
a semelhança do caso, pode ajudar um indivíduo durante um longo tempo, mas isso
não constituiria prova de existência de um “simillimum eterno”. Assim, poderá
ocorrer determinadas situações como nos casos agudos, a título de exemplo: uma
febre, uma dor de cabeça, na qual um determinado medicamento cobrirá todos os sintomas da febre ou da dor
de garganta, ou a maioria deles, então esse será o simillimum eleito, capaz de agir na força vital. No estado crônico ou em uma doença de
longa permanência, a seleção do medicamento indicado será a mesma. Portanto o
medicamento que for capaz de cobrir a maioria ou todos os sintomas específicos
de um indivíduo será então o seu simillimum.
BIBLIOGRAFIA
HAHNEMANN, Samuel, Exposição
da Doutrina Homeopática ou Organon da Arte de Curar , 5ª Ed. GEHSP Benoit Mure,
2013
JURJ, Gheorghe, com Waisse,
Silvia, Clínica Homeopática Prática Ed. Organon São Paulo 2011
KOSSAK-ROMANACH, Anna, Homeopatia
em 1000 Conceitos, 3ª Ed. ELCID 2003
___________ , Esboço
Histórico sobre a "Lei do Semelhante", disponível em www.revistas.usp.br/revistadc/article/download/58036/61074 acessado em 07/09/2016.