segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Oração Dominical - O Valor da Prece


"Estava Jesus orando em um certo lugar, e, quando acabou, disse-lhe um dos seus discípulos: Senhor, ensina-nos a orar, como João ensinou a seus discípulos. Ele respondeu: Quando orardes, dizei: Pai, santificado seja o teu nome; venha o teu reino; dá-nos o pão nosso de cada dia; perdoa-nos as nossas faltas, porque também nós perdoamos aos nossos devedores, e não nos deixes cair em tentação." (Lucas, XI, 1-4.)

A prece é um brado da alma que estabelece colóquio com os poderes superiores e irradia os seus anelos pelo Espaço Infinito, que é o seio de Deus.

A prece não está nos lábios, mas no coração; não é uma ação corporal, mas espiritual; não tem fórmulas, nem horas, nem lugares; está fora do tempo e do espaço. Ela pode representar uma súplica, um pedido, uma glorificação ou uma ação de graças.

A Oração Dominical, ou do Senhor, reúne todas essas condições. Ela é confissão, é comunhão, é perdão, é humildade, é exaltação de amor.

O valor da prece, segundo o Espírito do Cristianismo, não está, pois, no número e na beleza das palavras, mas sim na intenção de quem ora.

Muito diferente da dos católicos é a prece dos cristãos. Aquela consta de inumeráveis orações e ladainhas, que não falam ao sentimento, nem exaltam a razão. Constituem elas passatempo com cantos, música de órgão ou orquestra, que deliciam a audição mas não têm acesso à alma.

Quantos católicos, protestantes e até espíritas nós vemos, presos à oração, mas, apesar de repetirem muitas vezes por dia a "Oração Dominical" não perdoam a seus desafetos e vivem com o coração transbordando de ódio! Terá valor, essa oração? Estarão eles solicitando o perdão de Deus ou a sua própria condenação, quando dizem: "Senhor, perdoa as minhas ofensas como eu perdôo aos meus ofensores?"

Examinem-se os que oram, e escolham se devem continuar a orar com a mesma disposição de espírito.

In
O Espírito do Cristianismo, por Cairbar Schütel, Ed. O Clarim

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