Caros irmãos,
Que a paz do Criador Incriado
esteja convosco agora e sempre. Com ela, podemos começar a entender o que
somos, espiritualmente falando, não o corpo físico de lama bruta, mas o corpo
espiritual paulino, eterno enquanto seres falíveis e ainda não angélicos. Nosso
corpo mortal, putrefata, é apenas um grama na tonelada cósmica de matéria, não
importa seja ele de teor masculino ou feminino; o que importa é o corpo
espiritual, esse sim, sem jaez sexual, sem com, nem raça, apenas matéria
quintessenciada, divina, onírica de pensamento eterno. Como dito, esse corpo
real não possui sexo, porém, nossos pensamentos, sim, principalmente devido às
nossas encarnações pretéritas.
Desde o começo, a alma criada é
disposta no reino da Natureza pelos espíritos prepostos a tal mister levado em
conta os estágios de evolução do planeta e da mônada. A princípio, ela é
integrada ao solo planetário, sendo retirada de seu estupor por cataclismos
geológicos ou hecatombes cósmicas. Passa então ao reino vegetal, onde na maior
parte rende tributos apenas às sensações físicas, aprendendo a sentir. Ao sair
deste reino, penetra nos unicelulares e, é neste que se verifica, pela primeira
vez, a reprodução assexuada, a mitose celular que dará lugar a outras células,
em um projeto de clonagem natural. Dessas células, a mônada divinal se evolará
até os cordados, chegando, de degrau em degrau ao, hoje, mais completo ser
deste orbe, o humanoide, cuja aparelhagem física é a união de diversas células
que, sem o comando primaz da alma, não co-existiriam.
Pergunta-se se a evolução existiu
mesmo ou se Deus criou todos de sopetão, nos famigerados “sete dias”. Ora, a
criação é infinita e sempiterna, assim, como o Pai o é; já disse o Mestre
Peregrino que o Pai trabalha incansavelmente todos os dias e todas as horas,
portanto a criação não se findou, ela é diligentemente levada ao seu propósito,
e fatalmente atingirá, quer queiramos, quer não. Então, se a evolução é um
fato, e que os seres são criados sem a noção do que são e aprendem no transcorrer
do próprio martiriológio, quem pode saber o que é certo ou errado na criação
divinal? Querer saber mais do que o Pai é tentar a si próprio com a egolatria e
a autossuficiência, que no atual estágio da humanidade, são das piores
blasfêmias. O Criador Incriado possui seus planos que a parca mente humana,
encarnada ou não, não consegue alcançar.
Desde a primeira manifestação
livre, como um ser unicelular, o sexo faz parte do cotidiano da mônada. É
através dele que a espécie é perpetuada e renovada, seja com conluio carnal ou
não, de outra maneira, a extinção fatalmente levará a espécie ao escoadouro da
História. A força sexual é uma das maiores motivadoras da evolução material,
mas não da espiritual, o ser humano, como coroação do planeta Terra, não foge
de tal regra. Faz-se necessário o conluio carnal para manutenção da espécie e o
homem é um dos seres mais ativos neste sentido, mas não na acepção própria do
termo e, sim, na degenerescência dele. O estímulo sexual é levado ao máximo da
depravação desde tempos priscos, decerto encoberto em morais esdrúxulas e
costumes promíscuos, os quais, hoje em dia, são risíveis. Só que… a
degenerescência será apenas na parte sexual da sociedade em si? Essa resposta
pode-se ver em toda parte e que veja quem possua olhos de ver. Dizem que o
adultério agora é relevado socialmente, por ser coisa que sempre existiu etc.,
porém o que há por detrás é o que importa, onde há adultério, quer dizer,
traição emocional, há falta de amor ao próximo e a si mesmo. O adúltero busca
nos outros aquilo que não possui internamente, querendo sempre mais e mais.
Dissemos acima que a sexualidade
é uma das motivadoras da evolução e reafirmamos isso, então como se explica o
chamado “homossexualismo”? As explicações, se fossem simples, já teriam sido
dadas e aceitas universalmente, como, por exemplo, a lei da gravidade de
Newton, e não haveria tantos celeumas. Uma corrente atual acredita que
homossexualismo é caso de saúde. E é uma meia-verdade. Expliquemos melhor,
meia-verdade porque a doença não é o homossexualismo em si, e sim, a
degenerescência que levou ao ser ter de encarnar em um corpo cuja psique não
suporta. O homem, como já dito, é um animal em evolução, necessitando passar
por provas para aprender a amar e perdoar; e nesse caminhar para a angelitude,
tomba inúmeras vezes, em atos, palavras, pensamentos e omissões. E a cada
falta, uma reparação deve ser feita com o fulcro de recomeçar, tal é a lei
divina, e esse é o caso dos homossexuais. Várias encarnações como um sexo
apenas, resvalando no sorvedouro imundo das depravações, adultérios, estupros e
outros, leva uma mônada a ter que retificar seu passado delituoso no campo
harmônico do sexo oposto, contudo, pouquíssimos são aqueles que triunfam se
cair de novo, de diversas maneiras, nesta prova. Essa é a “doença”, uma da
alma, que ninguém de fora pode extirpar, apenas aquele que é portador,
utilizando suas forças genésicas em outros campos de labor terrestre, mas sem
se autocastrar. Agora, autocastrar-se? Como assim? A natureza da alma é feita em
diversas encarnações, se teve mais como homem, ela fica, logicamente, equipada
com uma psique masculina, se como mulher, mais feminina. Se calhar mudar a
orientação perispiritual para transvestir o sexo oposto, por qualquer motivo
evolutivo, muito possivelmente sentir-se-á atraído pelo mesmo sexo, isso é
natural, psiquicamente falando. Se encontrar aquela pessoa que o atrai e com
ela mantiver um relacionamento casto, ou seja, sem promiscuidade, não haverá
nada de errado, pois a lei do amor não se define pela matéria carnal.
Concluindo, as mudanças bruscas
sexuais de encarnação para encarnação, devido ao carma pregresso, pode ser o
baque necessário para que a alma doente, escravizada ao sexo animal, entenda
que deva usar de modo consciente as forças sexuais, não em busca de prazer
efêmero de um orgasmo material, mas o prazer eterno de um amor sem fronteiras,
um amor sobrevivente ao túmulo, que se tornará cada vez mais fraternal do que
marital. Voltaremos ao tema oportunamente.
08/07/2013
Emereciana
Nenhum comentário:
Postar um comentário