- o caminho do futuro: levadas pela Luz, as crianças sobem as escadas em direção ao Futuro. Lá encontram um amplo salão com dezenas de crianças e jovens. Logo, Mytyl e Tyltyl são reconhecidos como “crianças vivas” (encarnadas). As “crianças mortas” (desencarnadas) lá estão, trabalhando e estudando, com “esperança de nascerem novamente”, retificando que no plano espiritual não há descanso beatífico ou sofrimento eterno, todos temos de trabalhar, pois como disse Jesus “se o Pai não para de trabalhar, por que nós assim devemos agir?”. “Temos que esperar nossa vez”, dizem, em conformidade nos ensinam os livros psicografados por Chico Xavier “Crianças no Além” e “Escola no Além.”
Uma das meninas reconhece os ainda estupefatos Mytyl e Tyltyl como seus futuros irmãozinhos. Ela, então, afirma: “Acho que, dentro de um ano, serei irmãzinha de vocês. Mas, ficarei pouco tempo.” Um dos jovens, profundamente idealista, compara sua vida atual (“aqui somos livres, iguais e unidos”) com a terrena cheia de escravidão e desigualdades, e pretende trabalhar pela melhoria da vida dos encarnados, mas argumenta que poderá ser incompreendido e, até mesmo, destruído. Em face de seu elevado ideal, recebe palavras de estímulo da graciosa Mytyl. Outra criança chora porque tarda muito sua volta a Terra, explicando que “meus pais não têm tempo para mim!”
Eis que uma porta do grande salão se abre, e surge um respeitável velho de longas barbas, Pai Tempo, que passa a ler, num pergaminho, os nomes das crianças e jovens destinados a “descerem” (reencarnarem). Junto à porta, um lindo barco estaciona para recebê-los. A separação de um casal de jovens, que muito se amam, se faz com abundantes lágrimas e até com desespero da moça, que ainda permanecerá algum tempo no Além e, ao reencarnar, não encontrará mais o amado em posição de ser seu companheiro. A uma, Pai Tempo repreende por tentar, pela terceira vez, reencarnar antes da hora. Essa parte mostra que as encarnações são comandadas e encetadas por seres acima de nós e nos é dada determinada missão e que aceitamo-las antes de virmos. Essas missões podem ser de prova ou de expiação, de aprendizado ou de benemerência, não há missões grandes ou pequenas, nos é dado conforme nossas obras anteriores.
- a volta para casa: Após isso, Mytyl e Tyltyl voltam à crosta, com outra visão da vida, especialmente ela, profundamente renovada, sendo conduzidos até a porta de seu modesto lar, pela Luz. Com palavras de esperança, esta conforta as crianças, que não queriam se separar de tão bondosa criatura, inclusive afirmando à menina: “estarei em cada bom pensamento de sua alma.”
Neste ponto nos é mostrado que tudo se passou em desdobramento sonambúlico. As crianças acordam em suas camas alegres por verem a mãe. A alegria da casa se completa com a notícia de que o pai não vai à guerra, pelo menos, naquele Natal. Ao ver o pássaro que havia pego no dia anterior, Mytyl percebe que ele virara azul. Pondo a roupa rapidamente, ela e Tyltyl levam o pássaro à Angela, que se recupera repentinamente de sua doença. Ao tentar pegar a ave, Angela deixa-o fugir e cai em prantos. Mytyl, mostrando toda sua reforma íntima, abre um sorriso, consola a amiga e diz para ela não se preocupar, porque agora sabe onde encontrá-lo.
- conclusão: embora O Pássaro Azul não tenha alcançado um sucesso financeiro na época do seu lançamento e tenha sido citado por muitos críticos como uma cópia barata de O Mágico de Oz, esta obra foi meio injustiçada ao longo dos anos e poderia ser vista como muito mais do que uma resposta da Fox ao Leão da MGM. Walter Lang consegue conservar a ingenuidade e fantasia necessárias para agradar as crianças e a fotografia e os Efeitos Visuais são um prato cheio para os adultos que gostam do gênero.
O filme todo é permeado de assuntos espirituais, levando-nos ao passado, presente e futuro, mostrando-nos que a felicidade não está em um ser ou objeto, mas na nossa vontade de nos contentarmos com o que temos, batalhar para conseguir aquilo que desejamos sem prejudicar ninguém e realizar o que aceitamos fazer nesta Terra. As lições de reforma íntima de Mytyl tocam-nos o coração, porque mostra que é possível. Tal reforma não foi mostrada de uma hora para outra, ela é conquistada pela dor das lutas contra o medo, avareza, cupidez, inveja e, para isso, precisou ser corajosa, humilde, resignada e ter a alma aberta para o novo.
Elenco
Shirley Temple .... Mytyl
Johnny Russell .... Tyltyl
Eddie Collins .... Tylo
Gale Sondergaard .... Tylette
Spring Byington .... Mamãe Tyl
Russell Hicks .... Papai Tyl
Jessie Ralph .... Fada Berylune
Helen Ericson .... Luz
Nigel Bruce .... Sr. Fartura
Laura Hope Crews .... Sra. Fartura
Al Shean .... Vovó Tyl
Russell Hicks .... Vovô Tyl
Edwin Maxwell .... Papai Árvore
Payne B. Johnson .... Criança
Dubladores Brasileiros Herbert Richers:
Miriam Ficher .... Mytyl
Cleonir dos Santos .... Tyltyl
Sílvio Navas .... Tylo
Neusa Tavares .... Tylette
Ilka Pinheiro .... Mamãe Tyl
Armando Cazella .... Papai Tyl
Mara Di Carlo .... Fada Berylune
Vera Miranda .... Luz
Gualter França .... Sr. Fartura
Sumara Louise .... Sra. Fartura
LIna Rossana .... Vovó Tyl
Ayrton Cardoso .... Vovô Tyl
Orlando Prado .... Papai Árvore
Adalmaria Mesquista .... Criança
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